ATA DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 16-02-2004.
Aos dezesseis dias do mês de fevereiro de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto
Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Darci Campani, Elias
Vidal, Ervino Besson, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Sebastião Melo, Wilton Araújo e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Cláudio
Sebenelo, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João
Antonio Dib, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal e Valdir
Caetano. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou
abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Executivo Municipal, os
Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 013, 014 e 015/03 (Processos
nos 6977, 6978 e 7085/03, respectivamente) e os Projetos de Lei do Executivo
nos 001, 002, 003, 004, 005 e 006/04 (Processos nos 0286, 0287, 0288, 0560,
0561 e 0562/04, respectivamente); pelo Ver. Carlos Alberto Garcia, os Pedidos
de Providências nos 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127 e 129/04
(Processos nos 0544, 0545, 0546, 0547, 0548, 0549, 0550, 0551, 0552, 0553 e
0559/04, respectivamente) e os Projetos de Lei do Legislativo nos 480 e 481/03
(Processos nos 6958 e 6960/03, respectivamente); pela Vereadora Clênia
Maranhão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/04 (Processo nº
0318/04); pelo Ver. Dr. Goulart, o Projeto de Resolução nº 026/02 (Processo nº
0087/02); pelo Ver. Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 132, 133,
134, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153 e 154/04 (Processos nos 0601, 0602,
0603, 0670, 0671, 0672, 0673, 0674, 0675, 0676, 0677 e 0678/04,
respectivamente) e a Indicação nº 007/04 (Processo nº 0607/04); pelo Ver. Isaac
Ainhorn, os Projetos de Resolução nos 036 e 047/04 (Processos nos 0118 e
0187/04, respectivamente) e os Projetos de Lei do Legislativo nos 018 e 022/04
(Processos nos 0130 e 0284/04, respectivamente); pelo Ver. João Bosco Vaz, os
Projetos de Resolução nos 001, 043, 044, 045 e 046/04 (Processos nos 0025,
0156, 0157, 0158 e 0159/04, respectivamente); pelo Ver. João Carlos Nedel, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 478 e 479/03, 019 e 020/04 (Processos nos
6952 e 6953/03, 0132 e 0134/04, respectivamente); pelo Ver. Luiz Braz, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 023/04 (Processo nº 0340/04); pela Vereadora
Margarete Moraes, os Projetos de Resolução nos 121/03, 007 e 009/04 (Processos
nos 6497/03, 0069 e 0074/04, respectivamente), os Projetos de Lei do
Legislativo nos 006, 007, 008, 009, 010, 011, 012, 014, 015 e 016/04 (Processos
nos 0076, 0077, 0078, 0079, 0080, 0081, 0082, 0084, 0085 e 0086/04,
respectivamente); pelo Ver. Reginaldo Pujol, o Projeto de Resolução nº 049/04
(Processo nº 0270/04) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 028/04 (Processo nº
0610/04); pelo Ver. Sebastião Melo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 427/03
(Processo nº 5890/03); pelo Ver. Zé Valdir, o Projeto de Resolução nº 026/04
(Processo nº 0106/04). Também, foram apregoados os Ofícios de nº 094/04, do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando retirada de tramitação
do Projeto de Lei do Executivo nº 047/03 (Processo nº 6181/03), e de nº 916/04,
do Senhor César Augusto Pinto Ribeiro, Diretor-Geral do Tribunal de Contas do
Estado do Rio Grande do Sul, comunicando que a Primeira Câmara do Tribunal de
Contas do Estado do Rio Grande do Sul examinou o Processo que trata da
prestação de contas do Município de Porto Alegre, relativa ao exercício de mil
novecentos e noventa e oito, e encaminhando o referido Processo para julgamento
desta Casa. Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pela
Senhora Presidenta, solicitando desarquivamento de Processos: de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos
010, 147, 449 e 455/03 (Processos nos 0729, 2928, 6252 e 6297/03,
respectivamente) e aos Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 006 e
010/03 (Processos nos 1846 e 2559/03, respectivamente); de autoria do Ver. Beto
Moesch, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos 090, 193 e
231/02, 005, 117, 182 e 352/03 (Processos nos 1593, 3088 e 3631/02, 0386, 2536,
3449 e 4589/03, respectivamente), aos Projetos de Lei Complementar do
Legislativo nos 009 e 012/01 e 012/02 (Processos nos 1656 e 1760/01 e 2567/02,
respectivamente) e ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/02 (Processo nº
2155/02); de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, com referência ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 200 e 201/02, 017 e 172/03 (Processos nos 3185 e
3211/02, 0917 e 3320/03, respectivamente) e ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 016/03 (Processo nº 4418/03); de autoria do Ver. Cassiá Carpes,
com referência ao Projeto de Resolução nº 093/03 (Processo nº 5300/03) e aos
Projetos de Lei do Legislativo nos 026 e 320 (Processos nos 1188 e 4329/03,
respectivamente); de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, com referência ao Projeto
de Resolução nos 070/03 (Processo nº 3896/03) e aos Projetos de Lei do
Legislativo nº 231, 261, 262, 263, 270, 273, 274, 276, 277, 278, 280, 281, 283,
288, 289, 290, 291, 293, 294, 295, 298, 299, 301, 306, 310, 311, 312, 314, 316,
439 e 454/03 (Processos nos 4021, 4237, 4239, 4241, 4248, 4252, 4253, 4255,
4256, 4257, 4259, 4260, 4262, 4267, 4268, 4269, 4270, 4272, 4273, 4274, 4277,
4278, 4280, 4308, 4313, 4315, 4316, 4318, 4321, 6035 e 6272/03, respectivamente);
de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, com referência aos Projetos de Lei do
Legislativo nos 152/01, 116, 183 e 204/03 (Processos nos 2308/01, 2528, 3500 e
3661/03, respectivamente); de autoria do Ver. Dr. Goulart, com referência ao
Projeto de Resolução nº 026/01 (Processo nº 1298/01), aos Projetos de Lei do
Legislativo nos 180, 181, 196, 217 e 285/01, 105/02, 114, 133, 134, 157, 327,
350, 388, 433, 434 e 436/03 (Processos nos 2688, 2689, 2975, 3140 e 4240/01,
1729/02, 2454, 2722, 2723, 3084, 4370, 4580, 5232, 5947, 5949 e 5951/03,
respectivamente), ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo no 018/03
(Processo no 6050/03) e ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/03 (Processo
nº 5393/03); de autoria do Ver. Haroldo de Souza, com referência aos Projetos
de Lei do Legislativo nos 048/01, 098, 106, 119, 159, 216, 341, 342, 361, 408,
429, 458, 459 e 464/03 (Processos nos 1163/01, 2117, 2341, 2558, 3123, 3797,
4422, 4448, 4691, 5440, 5907, 6350, 6411 e 6463/03, respectivamente); de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo
nos 384 e 460/03 (Processos nos 5216 e 6430/03, respectivamente); de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos
085 e 103/01, 069, 126 e 158/02, 046, 249, 334, 346, 368, 404, 405, 413, 414, 421,
426, 443, 452, 453, 470 e 473/03 (Processos nos 1605 e 1814/01, 1319, 2064 e
2662/02, 1566, 4141, 4384, 4519, 4989, 5381, 5388, 5508, 5509, 5725, 5842,
6131, 6265, 6266, 6604 e 6636/03, respectivamente); de autoria da Vereadora
Margarete Moraes, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos 088 e
437/03 (Processos nos 1970 e 5954/03, respectivamente); de autoria da Vereadora
Maristela Maffei, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos 011/01,
001 e 002/02 (Processos nos 0293/01, 0001 e 0002/02, respectivamente); de
autoria da Vereadora Maria Celeste, com referência ao Projeto de Resolução nº
110/03 (Processo nº 6054/03) e aos Projetos de Lei do Legislativo nos 028/01,
032, 192 e 159/02 e 340/03 (Processos nos 0927/01, 0895, 3037 e 2673/02 e
4412/03, respectivamente); de autoria do Ver. Nereu D'Avila, com referência ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 428/03 (Processo nº 5891/03); de autoria do
Ver. Raul Carrion, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos 003,
004 e 179/01, 065, 084, 108, 224, 381, 389, 390, 392, 393, 397, 399, 422, 446,
468 e 474/03 (Processos nos 0087, 0088 e 2655/01, 1760, 1937, 2406, 3841, 5204,
5237, 5238, 5240, 5241, 5245, 5247, 5745, 6196, 6578 e 6650/03, respectivamente);
de autoria do Ver. Renato Guimarães, com referência ao Projeto de Resolução nº
117/03 (Processo nº 6209/03) e aos Projetos de Lei do Legislativo nos 014, 086,
221, 222 e 438/03 (Processos nos 0831, 1940, 3830, 3831 e 6000/03,
respectivamente); de autoria do Ver. Sebastião Melo, com referência aos
Projetos de Lei do Legislativo nos 023 e 120/02, 043, 206, 208, 321, 322, 347,
348, 349 e 402/03 (Processos nos 0705 e 1965/02, 1538, 3672, 3743, 4338, 4339,
4528, 4529, 4531 e 5365/03, respectivamente) e ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica
nº 001/02 (Processo nº 0329/02); de autoria do Ver. Wilton Araújo, com
referência aos Projetos de Resolução nos 091, 095 e 099/03 (Processos nos 5220,
5452 e 5780/03, respectivamente) e aos Projetos de Lei do Legislativo nos 129,
163, 164, 203, 245, 366, 420 e 461/03 (Processos nos 2697, 3202, 3203, 3655,
4136, 4889, 5696 e 6444/03, respectivamente); de autoria do Ver. Zé Valdir, com
referência aos Projetos de Lei do Legislativo nos 061/94, 017/01, 124, 125,
386, 407, 417, 442 e 457/03 (Processos nos 1031/94, 0656/01, 2641, 2643, 5230,
5422, 5591, 6120 e 6345/03, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 685 e 686/03, 002/04, 011/04, 013/04, 014/04, 027/04, 030/04,
031/04, 032/04, 033/04 e 034/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre.
Em seguida, a Senhora Presidenta registrou a presença do Senhor João Verle, Prefeito
Municipal de Porto Alegre; da Senhora Solange Mendes de Souza, Procuradora-Chefe,
em exercício, da Procuradoria Regional da República da 4ª Região, e do Senhor
Cleber Ferreira, representante do Chefe da Polícia Civil, convidando-os a
integrarem Mesa dos Trabalhos. Também, foram registradas as presenças do Senhor
Guilherme Barbosa, Secretário Municipal de Obras e Viação, e das Senhoras
Janete Jachetti, Secretária Municipal de Administração, e Sofia Cavedon,
Secretária Municipal da Educação. A seguir, a Senhora Presidenta convidou a todos
para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a
palavra aos Vereadores Reginaldo Pujol, Haroldo de Souza, Cláudio Sebenelo,
João Antonio Dib, Ervino Besson, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Carlos Pestana
e Valdir Caetano, que saudaram a presença do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre e se manifestaram a respeito do início da Quarta Sessão Legislativa
Ordinária deste Legislativo. A seguir, constatada a existência de quórum, foi
aprovado Requerimento do Ver. Carlos Alberto Garcia, solicitando Licença para
Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta
declarado empossado na vereança o Suplente João Batista Pirulito, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e
MERCOSUL. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Ver. Zé Valdir,
Vice-Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Juberlei
Bacelo e Berna Menezes em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição
ao Ver. Carlos Alberto Garcia. Em TEMPO DE PRESIDENTE, a Vereadora Margarete
Moraes, ressaltando a importância das presenças hoje na Casa de autoridades que
vieram prestigiar a Sessão de Instalação dos trabalhos da Quarta Sessão
Legislativa Ordinária, declarou que o relacionamento cordial e harmônico entre
os Poderes Legislativo e Executivo é fundamental para a valorização de um
projeto político-partidário que valorize uma ordem social mais justa e
solidária. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor
João Verle, Prefeito Municipal de Porto Alegre, que externou sua satisfação em
comparecer à presente Sessão e enalteceu as relações de independência e
cordialidade que devem existir entre os Poderes Legislativo e Executivo.
Também, discorreu a respeito das dificuldades enfrentadas pelo Município no ano
de dois mil e três, e referiu-se aos preparativos para o primeiro desfile de
carnaval a ser realizado no Complexo Cultural do Porto Seco. Às quinze horas e
um minuto, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Após, por
solicitação do Ver. Valdir Caetano, foi realizado um minuto de silêncio em
homenagem póstuma ao Ver. Renato Fernandes, do Partido Liberal do Município de
Novo Hamburgo - RS, falecido hoje. Na ocasião, a Senhora Presidenta comunicou
que foi disponibilizado, aos Senhores Vereadores e suas assessorias, um computador,
localizado junto à mesa da Imprensa, para uso durante as Sessões deste Legislativo.
Na oportunidade, o Ver. João Antonio Dib entregou à Senhora Presidenta
levantamento de recursos recebidos do Governo Federal para a área de saúde do Município
de Porto Alegre, no ano de dois mil e três, solicitando que esses documentos
fossem encaminhados à Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar
irregularidades nos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde – SUS – no
Município de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão
reportou-se às manifestações ocorridas no País durante a semana passada para
comemorar os vinte anos da Campanha pelas “Diretas Já”, lendo texto do
historiador Hélio Silva, acerca dessa Campanha. Em relação ao assunto, frisou a
representatividade desse movimento para a democracia brasileira e mencionou
nomes importantes do cenário político e artístico nacional que participaram
desse processo. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Wilton Araújo analisou denúncias veiculadas
na imprensa nacional, a respeito do suposto envolvimento do Senhor Waldomiro
Diniz, assessor político do Palácio do Planalto, em irregularidades na
liberação de autorizações para funcionamento de jogos no País e contribuições
para campanhas eleitorais. Nesse aspecto, defendeu a instauração de Comissão
Parlamentar de Inquérito – CPI - no Congresso Nacional, a fim de investigar
esses fatos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Almerindo filho relatou conversa
telefônica que manteve com repórter da Rádio Gaúcha no dia quatro de fevereiro
do corrente, lamentando que as informações prestadas por Sua Excelência tenham
sido divulgadas ao público de maneira incorreta. Ainda, sublinhou a relevância
do trabalho desenvolvido pelo Ver. Renato Fernandes, do Partido Liberal de Novo
Hamburgo, falecido no dia de hoje. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Zé Valdir,
reportando-se ao pronunciamento efetuado anteriormente pelo Ver. Wilton Araújo,
referiu-se ao número de denúncias trazidas à sociedade, no que diz respeito,
particularmente a ações políticas desenvolvidas pelo Partido dos Trabalhadores.
Nesse contexto, argumentou que denúncias infundadas são tão nocivas para a
democracia quanto a própria corrupção e refutou os julgamentos prévios feitos
sem a devida investigação dos fatos. O Ver. Aldacir Oliboni parabenizou a
equipe responsável pelo retorno ao Brasil do menino Iruan Ergui Wu, que estava
retido em Taiwan. Também, referiu-se às políticas implementadas pelo Município
na área do atendimento médico à população, mencionando a inauguração de
instalações anexas ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, e
justificando que são destinados quinze por cento do Orçamento Municipal para a
área da saúde pública. O Ver. Elói Guimarães replicou matéria divulgada na
imprensa sobre a assiduidade dos Vereadores de Porto Alegre, questionando o
modo como essas questões são abordadas pelos meios de comunicação. Nesse
contexto, analisando o Regimento, lembrou que esteve presente em Sessões nas
quais foi registrada sua ausência na Ordem do Dia, tendo, inclusive presidido
os trabalhos em algumas dessas Sessões. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Dr.
Goulart externou sua preocupação quanto à questão da saúde pública no Município
de Porto Alegre, examinando dados relativos à ocupação de leitos hospitalares e
prestação de serviços médicos à população. Ainda, mostrou-se favorável à
encampação, pelos poderes públicos, dos hospitais Santo Antônio, Ipiranga e
Lazarotto, como forma de minimizar as deficiências de atendimento médico na
Cidade. O Ver. Elias Vidal referiu-se à manchete publicada no dia doze de
fevereiro do corrente, no jornal Zero Hora, intitulada “Comissão da Câmara
aprova fim de prisão para usuários de drogas”, examinando as possíveis
conseqüências advindas dessa deliberação do Congresso Nacional. Nesse contexto,
mencionou ações realizadas pela Comissão Especial instaurada neste Legislativo,
em dois mil e três, para tratar do assunto de combate às drogas e à violência.
Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Beto Moesch pronunciou-se a respeito dos discursos hoje
realizados na Câmara Municipal de Porto Alegre, indicando que os debates e
ações produzidos neste Legislativo devem ter como foco a Cidade de Porto
Alegre. Ainda, referiu-se à Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “A
Água, Fonte de Vida”, avaliando matéria do jornal Folha de São Paulo,
intitulada “Ilhas de calor afastam chuva das represas”. A Vereadora Maristela
Maffei discorreu sobre as políticas implementadas pelo Partido dos Trabalhadores
à frente do Governo Municipal, no que tange aos investimentos para a prevenção
de problemas e melhoria na qualidade de vida dos porto-alegrenses. Também,
comunicou sua intenção de representar esta Casa, em Brasília – DF, no dia dez
de março do corrente, na votação do Projeto de Lei que prevê a aposentadoria para
as donas-de-casa, comentando sua luta em prol dessa causa. O Ver. Carlos
Pestana destacou a importância de que a população reflita em relação à escolha
de seus governantes, salientando ações políticas realizadas pela Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, durante os dezesseis anos em que o Partido dos Trabalhadores
esteve à frente do Governo Municipal, e mencionando a participação popular e a
realização das edições do Fórum Social Mundial como pontos fortes desse
período. Na ocasião, o Ver. Luiz Braz formulou Questão de Ordem acerca do
pronunciamento efetuado pelo Ver. Carlos Pestana, em Comunicações, tendo o Ver.
Carlos Pestana manifestado-se e a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos
sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Cláudio Sebenelo avaliou a
qualidade de vida em Porto Alegre, questionando os critérios para a concessão,
por parte da Fundação ABRINQ pelos Direitos da Criança e do Adolescente, do
Prêmio “Prefeito Criança” à Cidade. Também, discutiu o suposto envolvimento do
Partido dos Trabalhadores em denúncias de irregularidades em campanhas
eleitorais e na concessão de licenças para funcionamento de casas de jogos no
País. Na ocasião, o Ver. Zé Valdir manifestou-se sobre o pronunciamento
efetuado pelo Ver. Cláudio Sebenelo, em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Ver. João Antonio Dib classificou como ilegal e inconstitucional a
Emenda nº 15 aposta ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/99, votada em
vinte e quatro de novembro de mil novecentos e noventa e nove nesta Casa, a
qual trata do exercício do cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre, em
substituição, e que teve sua redação alterada posteriormente na Comissão de
Constituição e Justiça. Na oportunidade, o Ver. Darci Campani informou a
realização, no dia dezenove de fevereiro do corrente, de Audiência Pública no
Centro Administrativo Regional Restinga, para tratar de questões relativas à
licitação pública para a implantação do serviço de transporte por lotação e
seletivo para os Bairros Belém e Restinga. Também, retificou o nome do Senhor
Paulo Ferreira, integrante da Comitiva Nacional do Partido dos Trabalhadores.
Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Cassiá Carpes, manifestando-se em relação às eleições
municipais do corrente ano, reafirmou sua idéia de oposição ao Partido dos
Trabalhadores à frente dos Governos Municipal e Federal e comentou notícia
publicada no jornal O Sul de hoje, na qual são divulgados dados atinentes a
cortes de verbas para investimentos em áreas sociais no Brasil. Ainda,
contestou o Programa de Orçamento Participativo implantado no Município. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Sebastião Melo mencionou entrevista do Senhor José
Genuíno, Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, divulgada pela
imprensa, em relação à denúncia de envolvimento do Senhor Waldomiro Diniz na
liberação irregular de funcionamento de casas de jogos no País, criticando o PT
por não assinar documento para instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito
para apurar essas denúncias. A seguir, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA e aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 021/04
(Processo nº 0542/04 –Grande Expediente para homenagear o transcurso dos
cinqüenta anos do Colégio de Aplicação), de autoria do Ver. Pedro Américo Leal;
de nº 022/04 (Processo nº 0565/04 - Período de Comunicações para homenagear o
vigésimo aniversário das “Diretas Já”), de autoria do Ver. Cassiá Carpes; de nº
023/04 (Processo nº 0656/04 - Período de Comunicações para homenagear os
sessenta anos do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre), de autoria do
Ver. João Antonio Dib. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. Dr. Goulart teceu
considerações acerca de sua atuação parlamentar neste Legislativo, abordando as
principais proposições defendidas por Sua Excelência, especialmente nas áreas da
saúde, da educação e da cultura popular, e os resultados decorrentes desses
esforços. Nesse sentido, afirmou não ter conseguido o sucesso esperado nas
causas ligadas à saúde, em virtude de entraves colocados pelo Executivo
Municipal. Na oportunidade, o Ver. Reginaldo Pujol manifestou-se sobre o
registro da presença de Sua Excelência na presente Sessão. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Ver. Elias Vidal debateu as conseqüências do uso de drogas na
sociedade contemporânea, posicionando-se contrariamente à aprovação, pela
Câmara de Deputados, do Projeto de Lei que instituiu o Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD, o qual prescreve normas de prevenção
ao uso e a repressão ao tráfico, com o fim da prisão ou detenção do usuário de
drogas. O Ver. Isaac Ainhorn aludiu à descriminalização do uso de drogas no
País, destacando a necessidade de melhor avaliação, por parte dos parlamentos
brasileiros, de propostas que suscitem dúvidas quanto à sua
constitucionalidade. Também, mencionou a importância da persistência e ousadia
na luta por idéias inovadoras, citando Lei aprovada nesta Casa, que proíbe a
cobrança de taxa de lixo para boxes comerciais, e proposição que visa à
regulamentação do Programa de Orçamento Participativo no Município. O Ver. João
Antonio Dib enfatizou a importância que têm os Vereadores na fiscalização do
cumprimento das Leis, referindo-se à Lei nº 8.666/93, que institui normas para
licitações e contratos na Administração Pública. Nesse contexto, mencionou o
artigo 24 da referida Lei, examinando admissões de servidores feitas pelo
Município de Porto Alegre, através de cartas-contrato, e lembrando a condenação
do ex-Prefeito Raul Pont, pelo uso indevido desse instrumento. O Ver. Luiz Braz
pronunciou-se acerca de matéria veiculada na imprensa, que tratava da presença
dos Vereadores nas Sessões Plenárias da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Ainda, contraditou discurso proferido pelo Ver. Zé Valdir, em Comunicações,
alegando que o Partido dos Trabalhadores se caracterizou por apresentar
freqüentes denúncias contra os governos aos quais se opunha em nível municipal,
estadual e federal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Carlos Pestana contraditou
o pronunciamento do Ver. João Antonio Dib, em Grande Expediente, no que se
refere à legalidade da admissão de servidores municipais através de
cartas-contrato. Igualmente, rebateu críticas feitas ao suposto envolvimento do
Governo Federal com irregularidades praticadas pelo Senhor Waldomiro Diniz e
questionou contradições do Partido do Movimento Democrático Brasileiro no
Estado. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maristela Maffei refletiu a respeito
das alianças políticas feitas pelo Partido dos Trabalhadores com correntes
políticas consideradas de oposição às suas idéias, no sentido de viabilizar a
governabilidade do País. Também, repudiou as denúncias de envolvimento do PT
com irregularidades na arrecadação de fundos para campanhas eleitorais e
liberação de casas de jogos no Brasil. O Ver. Cláudio Sebenelo teceu críticas
ao Partido dos Trabalhadores, enfocando a suposta ligação do Senhor Waldomiro
Diniz, ex-Assessor do Palácio do Planalto, na liberação irregular de casas de
jogos no Brasil. Ainda, declarou que as relações políticas do Ministro José
Dirceu com o Senhor Waldomiro Diniz comprometem a imagem do Governo Federal e
sua exoneração do Ministério da Casa Civil é um ato de obrigação moral. O Ver.
Zé Valdir dissertou acerca de Comissões Parlamentares de Inquérito constituídas
para investigar atos do Partido dos Trabalhadores à frente dos Executivos Estadual
e Municipal, sustentando que o PT sofreu mais ações de investigação do que
impetrou contra Governos de outros Partidos. Igualmente, leu reportagem publicada
pela revista Porém, que relata problemas de sonegação fiscal e concessões de
emissoras de rádio e televisão para empresas do Grupo Rede Brasil Sul de Comunicações
- RBS. Na oportunidade, o Ver. Cláudio Sebenelo manifestou-se sobre o
pronunciamento realizado pelo Ver. Zé Valdir, hoje, em Grande Expediente. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Reginaldo discursou acerca da oposição firmada
pelo Partido Liberal ao Governo do Partido dos Trabalhadores em âmbito federal
e expressou sua opinião sobre a influência dos meios de comunicação sobre a
população brasileira. Nesse aspecto, lembrou denúncias publicadas pela
imprensa, posteriormente não-confirmadas, que prejudicaram a candidatura da
Senadora Roseana Sarney à Presidência da República. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o
Ver. Reginaldo Pujol, discorrendo sobre problemas nacionais que preocupam a
população como um todo, justificou a necessidade de que, prioritariamente,
sejam debatidas as questões adstritas ao Município de Porto Alegre. Nesse
sentido, chamou a atenção para obras não-concluídas na Cidade, expressando a
opinião de que se faz necessário um esforço suprapartidário desta Casa, a fim
de defender os interesses locais. O Ver. João Antonio Dib manifestou-se a
respeito dos resultados obtidos em Comissões Parlamentares de Inquérito e ações
propostas nesta Casa para investigar atos do Executivo Municipal, argumentando que
várias dessas providências confirmaram as denúncias apresentadas. A respeito do
assunto, citou a condenação do ex-Prefeito Municipal de Porto Alegre, Raul
Pont, pela Justiça Estadual, pela utilização irregular de cartas-contrato para
admissão de servidores públicos. O Ver. Sebastião Melo, comentando as
restrições feitas pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro, em nível
estadual, ao Governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da
República, enfatizou a importância de que seja instaurada Comissão Parlamentar
de Inquérito para investigar a possibilidade de envolvimento do Executivo
Federal em ações irregulares promovidas pelo Senhor Waldomiro Diniz,
ex-Assessor Parlamentar do Palácio do Planalto. O Ver. Darci Campani defendeu a
reforma do ensino universitário, sugerida pelo Governo Federal, julgando que o
sistema educacional brasileiro sofreu defasagens tecnológicas e didáticas por
decisões tomadas em governos passados. Também, desaprovou a instauração de
Comissão Parlamentar de Inquérito para analisar denúncias de irregularidades
cometidas pelo Senhor Waldomiro Diniz, a- legando que essa questão deve ser
investigada pela Polícia Federal e pela Justiça. Na ocasião, a Senhora
Presidenta registrou o transcurso do aniversário, hoje, do Ver. Zé Valdir. Em
EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Ver. Zé Valdir externou sua opinião de que a instauração
de Comissões Parlamentares de Inquérito não pode ser motivada por uma denúncia
qualquer, e sim ter um fato circunstanciado que a justifique. Ainda, contestou
críticas à política habitacional do Governo Municipal, alegando que o Partido
dos Trabalhadores, em Porto Alegre, sempre teve como uma de suas principais
preocupações a questão da moradia popular. Na ocasião, o Ver. Reginaldo Pujol
formulou Requerimento verbal, solicitando cópias do pronunciamento efetuado
pelo Ver. Zé Valdir, em Explicação Pessoal, tendo a Senhora Presidenta
solicitado que o referido Requerimento fosse feito por escrito. Às dezoito
horas e quarenta e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Ver. Elói
Guimarães e secretariados pelo Ver. João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos
Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Havendo quórum, declaro abertos os
trabalhos.
Inicialmente,
convido para compor a Mesa o Sr. Prefeito Municipal, João Verle; a Exma
Srª Procuradora-Chefe, em exercício, da Procuradoria Regional da República da
4ª Região, Drª Solange Mendes de Souza; o representante do Senhor Chefe de
Polícia Civil, Dr. Cleber Ferreira; e o Exmo Vereador, 1º
Secretário, João Carlos Nedel.
Registro
a presença das seguintes autoridades: Profª Janete Jachetti, Secretária
Municipal de Administração; Guilherme Barbosa, Secretário Municipal de Obras e
Viação; Sofia Cavedon, Secretária Municipal de Educação.
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.
(Executa-se
o Hino Nacional.)
Neste
momento, coloco a palavra à disposição das Lideranças.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para falar pela sua Bancada, o PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente Verª Margarete Moraes, Exmo
Sr. Prefeito João Verle, Senhores e Senhoras convidadas, Senhores e Senhoras
Vereadores, estamos, objetivamente, iniciando, neste dia e nesta hora, a 4ª
Sessão Legislativa Ordinária da 13ª Legislatura, que marca, por coincidência e
por cronologia, o término desta Legislatura, e, conseqüentemente, o término do
mandato parlamentar que nos foi deferido pela comunidade de Porto Alegre, de
forma legítima, nas eleições realizadas nesta Cidade no ano de 2000.
Neste
instante em que solenemente a Casa instala os seus trabalhos, esta Casa - que
persiste nas suas atividades, que não interrompeu os seus trabalhos, mesmo os
de Plenário, durante os meses de dezembro, janeiro e na primeira quinzena de
fevereiro, eis que aqui esteve permanentemente reunida a Comissão
Representativa, além de algumas Comissões Especiais da Casa que entenderam, e
receberam a outorga de continuar a produzir os seus trabalhos durante esse
período -, que tem essa tradição de trabalho, retoma as suas atividades e o faz
com o compromisso, com o qual nós nos solidarizamos por inteiro, de prosseguir
uma ação vigilante, respeitosa, produtiva e responsável, na qual não se
abdique, em momento algum, das nossas prerrogativas e responsabilidades, e que
tudo isso se faça, Srª Presidente, de forma civilizada e, sobretudo, com muito
espírito público. Por isso, ao saudar o Sr. Prefeito, que, mais uma vez, nos
prestigia com a sua presença na abertura dos trabalhos do Legislativo, eu
quero, em nome do Partido da Frente Liberal, reafirmar a nossa disposição de
prosseguirmos nesta Casa o trabalho que vimos desenvolvendo ao longo desses
últimos três anos, que consiste em, de forma muito respeitosa, muito autêntica,
muito transparente, cumprirmos com aquela deliberação das urnas que, em 2000,
nos colocou nesta Casa como homens de oposição. Assim haveremos de continuar:
com responsabilidade e, sobretudo, com espírito público. Seja bem-vindo, Sr.
Prefeito, meus cumprimentos aos colegas Vereadores que retornam com todo o
vigor às atividades parlamentares, e faço uma conclamação: para que
prossigamos, neste ano, o trabalho sério, responsável e conseqüente que já
vínhamos desenvolvendo ao longo da história desta Casa. Era isso, Srª
Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Reginaldo Pujol.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para falar em nome da sua Bancada, o
PMDB.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, amigos aqui presentes, eu falo em nome do PMDB, em nome do Ver.
Sebastião Melo. Saúdo, apenas repetindo as palavras que já havia dito ao
Prefeito João Verle, que está aqui presente, agradecendo a sua visita de
cortesia, demonstrando esse elo de amizade, esse elo de ética política que
existe entre o Executivo e o Legislativo de nossa Cidade. E quero
cumprimentá-lo, principalmente, pelo cumprimento da promessa feita e cumprida
da Pista de Eventos, que já foi testada sob chuva e sob sol, e que, realmente,
foi um sucesso absoluto. E quando o povo está feliz, quando o povo está alegre,
quando o povo está contente, nós também devemos estar contentes. Eu sou
daqueles políticos que quer que a coisa seja sempre assim: pelo povo, tudo;
para que possamos ter o entendimento entre o Executivo e o Legislativo.
Honra-nos muito a sua presença na abertura dos trabalhos deste ano. O PMDB se
coloca à sua disposição para todo e qualquer projeto de cunho social; para
aquilo que é em benefício do povo. Com certeza, eu e o Ver. Sebastião Melo
estaremos à sua disposição. E, evidentemente, estaremos fazendo aqui, sim, a
oposição valente, guerreira, do velho PMDB de guerra. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para falar em nome da Bancada do PSDB.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sr. Prefeito, ilustres
componentes da Mesa, o PSDB vem a esta tribuna neste dia - para nós festivo, de
abertura de trabalho e de contato, em toda a nossa superfície, com a sociedade
de Porto Alegre – para dizer que temos uma atitude de fé neste Legislativo; e a
sua presença, a presença do Legislativo aberto é, indiscutivelmente, o maior aval
democrático que uma sociedade pode necessitar, que uma sociedade pode desejar.
E este Legislativo aberto, este Legislativo profícuo, este Legislativo que,
apesar dessas críticas dirigidas, faz do político a sua compreensão de que se é
preciso melhorar, é preciso demonstrar também que aqui há os maiores exemplos
de dignidade, de competência e de compromisso com o bem-estar da nossa
população, e, mais do que isso: com o aval da democracia. E nós, fiscalizadores
e investigadores do Executivo - como essência do nosso trabalho - nunca
abriremos mão, com todo o respeito e com toda a consideração pelo Poder irmão,
o Executivo, das nossas prerrogativas. E mais do que isso: nós buscamos uma
sociedade muito mais aperfeiçoada. Porque sem a representatividade nós nos aproximamos
muito das sociedades autoritárias; com o Legislativo aberto, funcionando e
competente, nós nos aproximamos muito do aperfeiçoamento das instituições.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para falar em nome de sua Bancada, o PP.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes;
Senhoras Vereadoras e Senhores Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) Encarregou-me o Partido de trazer aqui a nossa saudação ao
Prefeito Municipal e, também, de saudar os demais 29 Vereadores que hoje
começam a 4ª Sessão Legislativa, a última desta Legislatura.
Sr.
Prefeito, a Bancada do Partido Progressista é, sem dúvida nenhuma, das mais
presentes no plenário. É dura, é contundente quando necessário, mas
absolutamente responsável. Vossa Excelência pode ter certeza de que terá de nós
toda a fiscalização, mas também, quando a Cidade assim o exigir, terá todo o
nosso apoio.
Nós
ficamos contentes, porque, analisando as disponibilidades bancárias da
Prefeitura Municipal no dia 31 de dezembro, nós vimos que, em conta corrente,
há mais de 40 milhões de reais, em aplicações; mais de 40 milhões em contas
vinculadas, mas em movimento, mais 20 e poucos milhões. Então, a Prefeitura
começa bem o ano, sem nenhum problema, e nós queremos ajudar a construir esta
Cidade e dar mais alegria ao povo de Porto Alegre: dar-lhe Saúde melhor,
Segurança melhor, Educação melhor.
Vossa
Excelência conta, quando for do interesse da Cidade, com quatro soldados, que
são os quatro soldados que o Partido Progressista mantém neste Plenário e que
estão sempre presentes. Portanto, saúdo a presença de V. Exª É um momento de
democracia quando Executivo e Legislativo mostram independência e harmonia, mas
estas devem ser mantidas ao longo do ano. Ainda que a fiscalização feita pelos
trinta e três Vereadores seja dura; nós entendemos que haverá compreensão de
parte das autoridades do Executivo e manteremos esse mesmo relacionamento que
ora se faz. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para falar em nome do seu Partido, o PDT.
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidente Verª Margarete Moraes, Sr.
Prefeito da nossa Cidade, Dr. João Verle, ao saudá-los, saúdo muito
especialmente, muito carinhosamente a todos os componentes da Mesa. Quero
saudar todos os colegas Vereadores e Vereadoras, as pessoas que nos assistem
nas galerias e também na TVCâmara e dizer, nesta primeira Sessão Legislativa, a
nossa Cidade, a nossa Porto Alegre que nos elegeu para este mandato, que
estamos tranqüilos, preparados para cumprir esse último mandato desta
Legislatura. Queria também saudar a Direção desta Casa, todos os seus funcionários,
desde o mais simples até aquele que ocupa o cargo mais elevado, a equipe da
TVCâmara pela qualidade do trabalho, aos fotógrafos e faço essa saudação em
nome do meu Partido, o PDT. Também aproveito esta oportunidade, meu caro
Prefeito de Porto Alegre, para saudar V. Exª pela nova Pista de Eventos em
nossa Cidade, onde também estaremos para prestigiar essa festa que é uma das
maiores festas populares da nossa Cidade. Portanto, fica aqui, como já disse,
em nome do meu Partido, a saudação a todos, e que Deus nos ilumine para que
possamos, neste último ano de mandato, cumprir o nosso dever de uma forma
tranqüila, honesta e transparentemente - é por isso que a Cidade nos escolheu.
Nós queremos, de cabeça erguida, com muita transparência, cumprir com nosso
dever. E que Deus ilumine a cada uma e cada um de vocês. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra e
falará em nome do seu Partido, o PTB.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) É uma satisfação tê-los aqui no primeiro dia deste ano legislativo.
Na
política fala-se muito em harmonia entre os Poderes. Eu tenho muitas questões
para levantar: se há, realmente, essa harmonia entre os Poderes? Porque falar
em harmonia, no aspecto de que um Poder tem independência em relação ao outro,
é muito relativo. O que eu peço a V. Exª, Prefeito - e a nossa Bancada do
Partido Trabalhista Brasileiro sempre foi coerente; oposição, sim, firme, mas
nunca deixando de apoiar quando nós entendíamos ser em benefício da população
de Porto Alegre –, é que haja essa harmonia, porque neste início de ano não
podemos dizer que vai tudo bem entre o Executivo e o Legislativo. No meu
entender, a pressão é, na maioria das vezes, mais forte quando vem do Executivo
para este Legislativo. Mas quando vai deste Legislativo para o Executivo nós
temos imensas dificuldades, por exemplo, para sancionar no Executivo um
projeto, para que o projeto chegue ao Executivo e seja colocado em prática.
Então se diz que na política há independência, que há harmonia. Mas a harmonia
só existirá quando realmente um Projeto desta Casa for aprovado e sancionado,
independente de que Partido for, se da oposição ou da situação.
Então,
o que desejo é que quando um projeto for aprovado por esta Casa, que tenhamos,
sim, esse projeto sancionado ou colocado em evidência para beneficiar a
população de Porto Alegre. Tomara que nós tenhamos isso neste ano de 2004,
independentemente da campanha eleitoral! Porque o Legislativo vai existir
independente da campanha eleitoral, e o Executivo também. Tomara que essa
harmonia seja melhor correspondida no ano de 2004, para que nós tenhamos, e
para que o Executivo tenha também, êxito para beneficiar a população de Porto
Alegre! Obrigado pela sua presença.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada Ver. Cassiá Carpes, que se
manifestou em nome da sua Bancada, o PTB.
A Verª Clênia Maranhão
está com a palavra e falará em nome do seu Partido, o PPS.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Excelentíssimo Sr. Prefeito Municipal de
Porto Alegre João Verle, Excelentíssima Senhora Presidente, autoridades que
compõem a Mesa, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da nossa
Bancada, a do PPS, em meu nome e do Ver. Wilton Araújo, queríamos saudar o Exmo
Sr. Prefeito, a todas as Vereadoras e Vereadores aqui presentes neste dia de
importante significado para o Parlamento e, conseqüentemente, para a
democracia. O dia em que se reabrem os trabalhos anuais de um parlamento, que é
uma instituição que tem como objetivo final a criação de leis para o Município
e a aplicação das leis na Cidade, aprovadas por esta Casa.
Acho
que nós todos, os Parlamentares, temos a consciência da importância da
representação política, do papel que nos é destinado. As atividades que
iniciamos hoje, recheiam-se de um significado maior e de uma maior
responsabilidade, porque este é um ano eleitoral, no qual as necessidades
democráticas precisam muito mais serem explicitadas, como também a relação
entre os Poderes precisa ser muito mais harmônica.
Eu queria saudar a todos,
desejando sucesso a este Parlamento, porque é o sucesso da democracia e do
Poder local, do Município de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia solicita Licença para Tratar de Interesses
Particulares no dia de hoje, 16 de fevereiro de 2004.
(Obs.:
Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Carlos Alberto Garcia e dada a
posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O Ver. Carlos Pestana está
com a palavra e falará em nome da Bancada do PT.
O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Na reabertura dos trabalhos desta
Casa, eu gostaria aqui de registrar a iniciativa do nosso Governo, pela
presença do Prefeito João Verle mais uma vez aqui, como um gesto, uma ação de
um Governo que tem procurado constantemente o diálogo, a conversa, a abertura
para construir com esta Casa um conjunto de políticas. A presença do nosso
Prefeito aqui é mais uma ação, mais um gesto nesse sentido. Estamos
demonstrando que este Governo que se configurou como o Governo da participação
popular, que durante esses anos todos que vem administrando esta Cidade tem-se
caracterizado pelo debate com a sociedade, com os movimentos populares, com o
conjunto da sociedade civil, também tem na relação com a Câmara, procurado ter
um diálogo sempre aberto, capaz de ouvir, capaz de interagir, capaz, sim, de
aceitar sugestões, estabelecer um debate fraterno, respeitando essas
diferenças. Então, em nome da Bancada, saúdo mais uma vez a presença do nosso
Prefeito nesta Casa.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Carlos Pestana.
O
Ver. Valdir Caetano está com a palavra em nome da Bancada do PL.
O SR. VALDIR CAETANO: Verª Margarete Moraes, Exma
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero cumprimentar a vinda
a esta Casa do Prefeito João Verle e demais autoridades.
Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, pessoas que
vêm nesta tarde à abertura dos trabalhos aqui nesta Casa, eu não poderia deixar
de falar em nome do Partido Liberal, porque estamos reiniciando um trabalho de
fundamental importância para nossa Cidade.
Quero
parabenizar o Prefeito João Verle, que, mais uma vez, demonstra a sua
iniciativa, a sua maneira de governar, sempre através de uma parceria com esta
Casa. Queremos que, no final deste ano, possamos estar aqui juntos e que Porto
Alegre venha a ser uma Cidade ainda mais aconchegante, uma Cidade com qualidade
de vida. Sr. Prefeito, independente do Partido a que pertencemos, há um desejo
unânime, de coração, com certeza, de todos os Vereadores e Vereadoras desta
Casa de fazer uma Porto Alegre cada vez melhor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Valdir Caetano.
Solicito
ao Ver. Elói Guimarães, Vice-Presidente da Câmara, que assuma a presidência
para que eu possa fazer uso do Tempo de Presidente.
(O
Ver. Elói Guimarães assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a
palavra em Tempo de Presidente.
A SRA. MARGARETE MORAES: Excelentíssimo Sr. Prefeito João Verle,
Exmo Sr. Ver. Elói Guimarães, na presidência dos trabalhos, neste
momento, demais autoridades presentes já citadas, em nome dos Vereadores, das
Vereadoras, das funcionárias e funcionários desta Casa, agradeço sinceramente
pelo prestígio de suas presenças neste momento tão emblemático para o
Parlamento da Cidade de Porto Alegre. Eu tenho a certeza de que este gesto
revela o respeito e a consideração que vocês têm e sempre tiveram por esta Casa
Legislativa. Sempre que sou questionada em relação à condição de ser a primeira
Presidenta em um ano de tensão, por ser um ano eleitoral, eu sempre respondo,
com muita tranqüilidade, que eu tenho a certeza de que os Vereadores e as
Vereadoras desta Casa cumprirão, como fazem tradicionalmente, a sua missão, e
que a Cidade e a própria Câmara de Vereadores serão extremamente enriquecidas
pelo bom debate político, debate plural, divergente e construtivo, porque assim
como o Executivo, no ano de 2004, o Legislativo também estará sendo julgado nas
urnas. A presença do Prefeito e das demais autoridades presentes, na verdade,
depõem como a manutenção de um alto padrão entre o Legislativo e o Executivo,
sempre conservando a independência necessária entre as instituições, mas ambas
as instituições sabem que um relacionamento cordial, civilizado, harmônico,
valoriza não as pessoas, mas um projeto político-democrático, uma melhor
qualidade de vida para a nossa querida Porto Alegre, sobretudo o desejo de
todos nós, independendo dos partidos de uma ordem social muito mais justa e
muito mais solidária. Mais uma vez agradecemos pelas suas presenças conosco.
(Não
revisto pela oradora.)
(A
Verª Margarete Moraes assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Sr. João Verle, Prefeito Municipal,
está com a palavra.
O SR. JOÃO VERLE: Exma Srª Verª Margarete
Moraes, Presidente desta Casa, demais integrantes da Mesa, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhores servidores, senhoras servidoras, visitantes, é uma
satisfação grande comparecer à Sessão inaugural desta 4ª Sessão Legislativa,
última desta Legislatura, para trazer a palavra do Executivo Municipal aos Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras. Não me canso de referir a importância
desse relacionamento cordial, respeitoso, já que somos dois Poderes
independentes e harmônicos e temos podido sempre corresponder a esse preceito
constitucional.
Nós
queremos fazer um brevíssimo relato da situação do nosso Município do ano que
recém findou. Foi um ano difícil, um ano de muitas dificuldades para o nosso
País, não apenas para o Poder Público, nas três esferas, mas para toda a
atividade econômica nacional. Tivemos um crescimento próximo do zero, mas, por
outro lado, a Presidência da República, o companheiro Lula, conseguiu domar as
principais variáveis econômicas que ameaçavam transtornar o ano primeiro de seu
Governo. Conseguiu reduzir significativamente a taxa de juro, manteve a
inflação sob controle, reduziu significativamente o risco-Brasil, a taxa de câmbio
ficou em patamares aceitáveis. Estão dadas, portanto, as condições para que nós
tenhamos neste ano de 2004 uma situação bem melhor. Certamente teremos um
crescimento positivo ainda não muito expressivo, mas sustentável.
Porto
Alegre, pelo seu Poder Público Municipal e por meio da palavra do Prefeito, no
mês de maio, anunciou à Cidade essas dificuldades, anunciou que seriam
necessárias providências drásticas para evitar que tivéssemos um grande
desequilíbrio nas nossas contas. Fizemos, então, as restrições que são do
conhecimento da Cidade e conseguimos chegar ao final do ano com um déficit de
pouco menos de 30 milhões de reais. É claro que tínhamos algumas reservas e
tivemos também iniciativa de anunciar e promover a cobrança antecipada do IPTU
do ano de 2004. E a população de Porto Alegre respondeu muito
significativamente, tivemos com isso, portanto, uma situação que, longe de ser
folgada, foi suficiente para que transcorrêssemos, então, o final do exercício,
quando nós temos duas folhas de pagamento; iniciamos o ano, então, conseguindo
manter o equilíbrio das nossas contas.
Se,
por esse lado, nós tivemos de fazer sacrifícios no ano que passou, podemos
dizer, com toda tranqüilidade, que esses sacrifícios continuarão, em 2004, mas
nós temos a esperança de que eles não sejam tão drásticos ou que a gente possa,
quem sabe, ter uma situação menos difícil. Isso tudo em função da expectativa
de retomada do crescimento da nossa economia.
Não
vou referir, aqui, as muitas ações que desenvolvemos, mas quero dizer que
encerramos o ano podendo anunciar à Cidade a reconfirmação de que o Fórum
Social Mundial voltará a Porto Alegre em 2005. Mantivemos a satisfação,
portanto, de representar, também, a nossa Cidade em Mumbai, na Índia, onde
tivemos ocasião, inclusive, de reunirmo-nos com integrantes do Conselho
Internacional do Fórum Social Mundial. Tivemos conosco o representante do
Governo Federal, Ministro Olívio Dutra; o representante do Governo do Estado,
Secretário Brum Torres. E aí, mais uma vez, ficou claro que a sede do Fórum
Social Mundial é Porto Alegre, e para cá ele retornará em janeiro do próximo
ano.
Por
outro lado, quero fazer um outro registro e um agradecimento a esta Casa por
nós termos conseguido cumprir um compromisso de realizar o carnaval deste ano
lá no nosso Complexo Cultural do Porto Seco. Esta Casa, por intermédio de uma
Comissão Especial, fez um estudo aprofundado dos locais em que era possível
esse equipamento, indicou três desses locais, e um deles que era o preferencial
não foi possível por resistência de parte significativa da população. No
segundo local, o Porto Seco, a população não só aceitou o equipamento, como
reivindicou e mobilizou-se para conquistá-lo. Pois bem, lá está sediado o nosso
Complexo Cultural do Porto Seco, em um projeto integrado que é bem mais amplo
que envolve muitas outras ações, e nós já tivemos a alegria, então, neste final
de semana, de realizar lá a muamba com afluxo muito grande de público, com o
entusiasmo dos carnavalescos, evidentemente ainda com alguns problemas, até a
chuva, o mau tempo, algumas outras dificuldades que apareceram foram
providenciais, porque nós tivemos, então, um ensaio geral; poderemos ter
domingo, segunda e terça, e, no próximo sábado, dia 28, o desfile das campeãs,
uma situação muito melhor. É claro que o complexo, no seu todo, ainda não está
completo, e em nenhum momento dissemos que isto poderia acontecer, em tão curto
espaço de tempo, mas nós teremos aqui, no saguão, dentro de alguns minutos - se
ainda não estiver -, uma maquete que mostra o complexo em sua totalidade, e eu
quis trazer esta maquete aqui, uma homenagem a esta Casa, antes de expô-la à
população de Porto Alegre, porque eu penso que, além de ter contribuído para a
definição do local, esta Casa também aprovou a venda das ações da Petrobras,
que permitiram a realização desse equipamento e a obtenção de recursos ainda
disponíveis para que possamos realizar, construir os barracões das escolas de
samba, ação que nós devemos estar anunciando ainda durante a realização deste
carnaval. E, certamente, antes de findar o ano, já teremos também esta parte
concluída, por isso que é bom a gente trabalhar em harmonia, porque esta Casa
nunca negou apoio ao Executivo sempre que os interesses maiores da Cidade
estavam em jogo; assim foi com estes e com outros assuntos relevantes que aqui
foram trazidos por força da Legislação da nossa Constituição. Quero desejar que
tenhamos, então, neste ano de 2004, este bom relacionamento, que possamos
estreitá-lo, evidentemente que sem a Câmara abdicar da sua condição de
fiscalizadora das ações do Executivo, e acho que isso é muito importante, nós
queremos ser fiscalizados, porque é uma forma, inclusive, de aperfeiçoar o
nosso trabalho.
Quero
reiterar aqui o respeito a todas as Bancadas e a cada um dos Vereadores e
Vereadoras, e desejar que o ano de 2004 seja também na vida pessoal de todos e
todas um ano muito feliz. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a presença do Sr. Prefeito
Municipal, João Verle, e das autoridades já nominadas pela Mesa, e demais
presentes nesta Sessão.
Suspendemos
os trabalhos para as despedias das autoridades presentes.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h01min)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
15h05min): Estão
reabertos os trabalhos da Sessão de Instalação da 4ª Sessão Legislativa
Ordinária da XIII Legislatura.
Solicito
ao Sr. 1º Secretário, Ver. João Carlos Nedel, que proceda à leitura das
proposições apresentadas à Mesa.
O SR. 1º SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): (Procede à leitura das proposições
apresentadas à Mesa.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada Ver. João Carlos Nedel.
O SR. VALDIR CAETANO (Requerimento): Srª Presidenta, solicito um minuto de
silêncio pelo falecimento do Ver. Renato Fernandes, do Partido Liberal de Novo
Hamburgo.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Deferimos o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
Passamos
às
Antes
de convidarmos o primeiro inscrito, eu comunico aos Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras que estamos disponibilizando para uso de V. Exas, durante
as Sessões Plenárias, um computador em rede que está localizado junto à área de
trabalho da assessoria de imprensa, na lateral deste plenário. Nesse
equipamento poderão ser digitados impressos, requerimentos e outros
expedientes, bem como poderão ser efetuadas pesquisas no sistema, protocolo e
na Internet.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, eu desejo passar às mãos
de V. Exª um estudo de levantamento de recursos recebido pelo SUS em Porto
Alegre para que pudesse ser analisado na CPI, já que durante todo o ano passado
foi dito que Porto Alegre estaria recebendo menos recursos, e aqui está
comprovado que recebeu bem mais.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, fiz questão de iniciar os trabalhos da nossa
Bancada, neste ano, falando, em meu nome e em nome do Ver. Wilton Araújo, de
uma questão que é extremamente cara para a sociedade brasileira.
Nesta
semana nós acompanhamos, seguramente muitos de nós, com muita emoção, uma série
de manifestações referentes aos 20 anos de um dos maiores movimentos vividos
pela História brasileira. O historiador Hélio Silva diz que jamais na História
do Brasil houve um movimento com tão grande participação do povo. Desta vez,
diz o historiador, não são apenas os líderes políticos, os intelectuais, a
mocidade, mas a massa trabalhadora, todos os grupos isolados, é o povo, o povão
nivelando tudo, avolumando as manifestações, porque, há 20 anos, as privações
de direitos políticos foi o cimento que solidificou a nossa democracia. O
historiador Hélio Silva falava do Movimento das Diretas. Era uma situação que
os céticos acreditavam impossível.
Hoje,
após 20 anos dessas manifestações, nós podemos fazer uma avaliação muito mais
minuciosa do significado das Diretas.
O
Brasil vivia uma situação de restrição dos direitos políticos, dos direitos
civis, das liberdades democráticas. A população começou a ocupar as ruas dando
uma demonstração de que é possível modificar um sistema político por mais
centralizado e autoritário que seja, quando o povo coloca sob a sua guarda o
destino da sua Pátria. Muitos de nós vivenciamos esse momento, ou na passeata
da Candelária, na Praça da Sé, ou em frente à Prefeitura de Porto Alegre.
Muitos de nós vivenciamos os discursos de Teotônio Vilela, Ulisses Guimarães;
as impressionantes apresentações de Osmar Santos; a música de Milton Nascimento,
de Wagner Tiso, que nos dizia que “o artista tem de ir aonde o povo está”. E lá
nas praças, nas ruas estavam os jovens, os trabalhadores, os políticos, as
mulheres e o movimento que consolidou o processo democrático brasileiro. Chico
Buarque cantava: “apesar de você, amanhã há de ser outro dia”.
O
povo brasileiro conquistou por meio das Diretas, há vinte anos, as liberdades
democráticas, o direito de votar, o direito de escolher os seus representantes.
Vinte
anos depois, muitas legislações, inclusive locais, foram construídas no marco
desse movimento democrático. Hoje, na comemoração desses 20 anos das Diretas Já e do processo de
redemocratização do País, é fundamental revivê-la, mas é fundamental, também,
pensarmos que os nossos sonhos - daqueles que acreditávamos que a liberdade
democrática traria, em seu bojo, também liberdades econômicas - ainda estão
distantes.
Portanto,
quando hoje, em todo o País, se inicia o processo de comemorações das Diretas,
devemos comemorá-las, sim, mas devemos também colocar como metas das nossas
novas grandes mobilizações as liberdades econômicas, a democratização do acesso
aos bens materiais, o fim da desigualdade e da exclusão social que ainda é o
principal flagelo deste País. Parabéns a todos os que lutaram pela democracia.
Que a luta nos inspire na conquista de uma sociedade sempre democrática, mas
mais justa, mais inclusiva e mais igualitária!
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra
em Comunicações.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, neste primeiro dia de retorno à Câmara Municipal
de Porto Alegre, que, aliás, não é um retorno, porque a Câmara Municipal de
Porto Alegre não tem intervalo, ela, na verdade, funciona permanentemente,
inclusive no período do recesso.
Mas
nós temos, desde sexta-feira, acompanhado com atenção o escândalo que abala o
Planalto, escândalo esse que faz conexão entre o assessor direto da Presidência
da República com empresários, diríamos empresários, ou diríamos empresários do
jogo do bicho, ou diríamos empresários das vídeo loterias, ou diríamos
empresários que desde o Governo Olívio, no Rio Grande do Sul, têm como tarefa
administrar a loteria do Estado do Rio Grande do Sul. Esses empresários,
coincidência ou não, estão ligados - e o vídeo denuncia de forma concreta,
real, e objetiva - à propina oferecida e aceita a esse assessor da Presidência
da República. Assessor esse que, sem dúvida nenhuma, demitido na sexta-feira -
é bem verdade -, mas que traz de novo ao palco político nacional a ligação
muito estreita entre a área do jogo e o Partido dos Trabalhadores. Essa área
que, muitas vezes, se não quase sempre, vem funcionando ao sabor de liminares
no País inteiro, e, por outro lado, vem-se comprometendo, e comprometendo
homens públicos no que há de mais sagrado na atividade pública, que são a ética
e a moral. O comprometimento de assessores diretos da Presidência da República
com a propina faz com que nós repensemos tudo aquilo, toda essa frente, para
que o País pudesse, de forma sã, assumir, democraticamente, os destinos da
Nação com um viés mais à esquerda.
É
com preocupação que nós viemos a esta tribuna, com preocupação real, porque o
PPS - meu Partido - participa, sim, do Governo Lula; nós temos um Ministério e
temos também a responsabilidade de co-administrar este País. Mas não podemos,
de forma nenhuma, calar diante da evidência que tão cedo se fez no Governo
Lula, a evidência da propina, da contravenção, do auxílio de várias campanhas políticas,
assim denunciadas por esse vídeo, ligadas ao Partido dos Trabalhadores. É com
essa preocupação que venho externar a preocupação de todos os Partidos de
esquerda deste País.
Se
há uma coisa que o Governo Lula pode fazer - tomara que não faça! - é, sim,
desacreditar o caminho que a esquerda democrática precisa trilhar neste País
para recuperá-lo. E esse perigo se faz permanente e presente quando vimos esse
tipo de manchete. Esse tipo de manchete que faz com que as Bancadas que dão
sustentação ao Governo Lula rejeitem a formação de uma CPI. Assim como nesta
Cidade o PT não quer saber e não quer ouvir, Dr. Goulart, sobre uma CPI, e essa
CPI está tendo iniciados os seus trabalhos com muita força por causa da
Oposição; lá também se mobilizam para impedir que as investigações possam
chegar ao pátio do Planalto. Vemos isso com preocupação. É por isso que o PPS,
lá, como aqui, se mantém coerente com o seu discurso. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALMERINDO FILHO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, precisamente no dia 04 de fevereiro eu recebi uma ligação do
Jornalista Felipe, da Rádio Gaúcha, dizendo que estava sendo feita uma enquete
sobre a assiduidade aqui na Câmara de Vereadores. E, com muito respeito, como
um político e também como um homem de Deus - que costuma respeitar todas as
pessoas -, eu demorei até conversando com ele, dizendo o que eu fazia fora do
gabinete aqui na Câmara Municipal; assim como também tive a oportunidade de
conversar com a nobre Verª Maristela Maffei. No dia seguinte, vendo a
reportagem - e não é a primeira vez que acontece isso comigo, falamos uma coisa
para um repórter e, depois, é publicada outra coisa na matéria -, li que foi
publicado o seguinte (Lê.): "Almerindo Filho lembrou que atua como pastor
em uma Igreja Evangélica”. Então, ou esse repórter está mal-intencionado ou ele
quer tirar proveito dos Vereadores da Casa. Aliás, eu vejo que é muito fácil
sair uma matéria denegrindo a nossa imagem.
Por
que é que não fizeram o mesmo que com os novos Deputados, para os quais fizeram
uma reportagem? Por que o jornal Zero Hora não pega uma página e diz o trabalho
dos 33 Vereadores? Sobre o que eles fazem aqui. Porque só o plenário... Às
vezes, isso aí fica muito antiprofissional. Eu acho que se eu fosse procurado
no meu gabinete, eu atenderia, respeitaria e falaria olho no olho com qualquer
repórter de emissora de radiojornalismo Aliás, esse jornal, há algum tempo, era
praticamente o único em Porto Alegre; e, com o tempo, foram aparecendo outros
jornais de igual ou de melhor capacidade.
Eu
acho que uma notícia no jornal, seja no jornal Zero Hora, no jornal O Sul ou no
jornal Diário Gaúcho deve ser retratada por fatos e não por hipóteses. Quer
dizer: “O Ver. tal não está no plenário porque ele é um pastor”, "O
Vereador a ou b não está no plenário porque ele faz aquela outra atividade”. Eu
quero dizer a todos vocês, Vereadores, que não me importa eu ter tantas faltas,
não ter falta nenhuma ou eu ser o Ver. mais faltoso na Casa; o que me importa é
o que eu faço para os meus eleitores e para o povo de Porto Alegre. O
jornalista – aliás, profissão para a qual eu dou muito valor, por ser uma
profissão muito importante - tem de relatar fatos. E, de repente, esse
Jornalista não teve coragem de colocar no jornal Zero Hora o que o
Vereador-Pastor Almerindo faz fora do gabinete. Eu quero deixar claro e mandar
um recado a todos os jornalistas: estarei sempre disposto a falar - mas, daqui
por diante, no meu gabinete, olhando no meu olho, falando sinceramente na minha
frente.
Eu
quero mandar condolências à família, à esposa do Ver. Renato Fernandes - Ver.
do Partido Liberal -, falecido na cidade de Novo Hamburgo. Ele foi o primeiro
Ver. negro da cidade de Novo Hamburgo. Ele foi um amigo, um colega de fé, um
homem de Deus. Então, eu quero render uma homenagem ao falecimento desse colega
de profissão. Um abraço a todos.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Zé Valdir está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu pretendia falar sobre essa grande conquista da
Cidade de Porto Alegre, e até da Grande Porto Alegre, que é a Pista de Eventos
e sobre a importância do que isso vai trazer para a Zona Norte. Mas, frente à
fala do Ver. Wilton Araújo, eu vou mudar
o rumo da minha prosa. Eu vou
falar exatamente sobre corrupção, sobre CPIs e tudo o mais, porque esse é o
assunto desta Casa. Nós queremos debater, nós queremos fazer um debate profundo
sobre essa questão.
Inicialmente,
eu quero dizer que tão repugnante quanto a corrupção é o denuncismo A corrupção
deve ser condenada de todas as maneiras: moralmente, eticamente, juridicamente,
politicamente. Mas o denuncismo também, porque o denuncismo é tão corrosivo e
tão destrutivo quanto a própria corrupção.
Quem
fala nesta tribuna tem conhecimento de causa, porque foi alvo na Câmara de
Vereadores de um denuncismo que gerou uma CPI - que esta Casa esquece, mas eu
não esqueço -, a famosa CPI da Farinhada.
Um Ver. chegou aqui e me acusou de ter comprado, sem licitação, e distribuído
farinha estragada para os equipamentos da FESC; montou-se uma CPI, que se
tornou um grande palco, um grande circo, também num ano eleitoral.
O
programa Conversas Cruzadas me
entrevistou, e eu levei os cinco quilos e meio de farinha estragada de um
depósito de não sei quantas toneladas para mostrar a insignificância. Atrás de
mim, passaram a imagem de uma montanha de farinha estragada que não tinha a
ver, que era, inclusive, do Governo do Estado e não tinha nada a ver com o
Município. Como eu gravo tudo, graças a Deus, cheguei em casa – na hora eu não
vi –, fui ver a fita de vídeo. Pedi direito de resposta e estou até hoje
esperando.
Depois,
quando não deu em nada a CPI da Farinhada,
fez-se um relatório fajuto, que foi mandado para o Ministério Público, que não
aceitou aquela papagaiada, como
aconteceu com a CPI da Segurança. Aí, saiu uma notinha desse tamanhinho nos jornais (mostra com a mão.)! Agora, quando
lançaram a CPI, foi manchete, foi entrevista, inclusive fraudes como essa do
Programa Conversa Cruzadas que eu relatei aqui.
Por
isso, eu digo, Srs. Vereadores, o denuncismo é tão corrosivo, é tão destrutivo,
é tão ameaçador para a democracia quanto a corrupção. Nós queremos que essa
questão, no Congresso Nacional, seja investigada a fundo, queremos, sim, que
seja investigada. Queremos que a CPI da Saúde, aqui, investigue, mas investigue
todas as pontas, porque há muita coisa para vir à tona que não é do Executivo.
Não é do Executivo! Há muita coisa que eu quero ver aparecer nessa CPI da
Saúde, e não é do Executivo! Inclusive, eu quero ver a população sendo
entrevistada, assim como alguns médicos. Alguns médicos, porque a maioria dos
médicos são excelentes profissionais, outros tratam mal a população nos postos,
nos locais de atendimentos. Nós todos sabemos disso, isso tem de vir para a CPI
da Saúde. Queremos fazer uma investigação profunda. Inclusive, nessa CPI, quem
sabe, pode acontecer uma reviravolta, figura jurídica conhecida como
reconvenção. Mas, vai acontecer! Nós queremos investigar profundamente,
inclusive queremos saber onde estão os postos a cada quilômetro, que foram
prometidos pelo Governo do Estado? Queremos ver tudo isso destrinçado, assim
como queremos ver no Congresso Nacional. Agora, pré-julgar, não mesmo! Vir aqui
e já, por antecipação, condenar a ou b, não vamos aceitar, porque isso é
denuncismo, e eu como Vereador, como político, como homem público já senti na
carne o que é o denuncismo irresponsável, e digo: o denuncismo é tão nefasto, é
tão destruidor para a democracia quanto a corrupção. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada Ver. Zé Valdir.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
saudações, nossos Vereadores, Vereadoras, público que nos acompanha pelo Canal
16, inicialmente queria parabenizar a Comissão Interinstitucional constituída
aqui no Rio Grande do Sul, com a liderança da Deputada Federal Maria do
Rosário, para a volta do Iruan ao nosso Estado, a nossa cidade de Canoas.
Acho
de extrema importância. A nomeação de 190 trabalhadores para, não só ampliar o
serviço de Saúde, mas também para atender a uma demanda do concurso que vencia
no dia 11 de fevereiro. A nomeação de 108 técnicos de enfermagem, 9 técnicos de
radiologia, 6 bioquímicos e 67 médicos demonstra, claramente, que Saúde é
prioridade para o Município de Porto Alegre, ao contrário de muitos outros
Municípios que preferem adotar a política da ambulancioterapia. Nós assumimos,
sim, esse compromisso de poder dar – não só defender - a universalidade dos
serviços, mas, principalmente, demonstrando-o com ações. A grande maioria das
pessoas se desloca para Porto Alegre, é lógico, por aqui sermos um centro de
referência de diagnóstico e de serviços, verem atendidas não só as suas
necessidades, mas buscando o que mais querem – o direito à vida. E os nossos anjos de branco, os trabalhadores da
Saúde, estão, hoje, mais felizes, porque o Governo demonstra de modo claro que,
realmente, neste ano, como nos outros, Saúde é prioridade, porque em Porto
Alegre nunca se baixou o percentual de 15% para a Saúde no Orçamento municipal,
enquanto nos outros Municípios não se chega a 10%, nem mesmo a 5%, como fez o
Governo do Estado - nobre Ver. João Antonio Dib -, que assumiu dizendo que não
poderia aplicar mais do que 5% do Orçamento.
Portanto,
o nosso Governo dá uma demonstração clara de que, ao contrário de outros
Vereadores ou Prefeitos que dizem que para eles Saúde também é prioridade, é
preciso que isso se concretize com ações; e nesse sentido, nós, trabalhadores
da Saúde, queremos agradecer esses dois momentos importantes do Governo em
janeiro e fevereiro, não só nomeando os trabalhadores para a área da Saúde,
como também inaugurando o novo Complexo do HPS em Porto Alegre.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Aldacir Oliboni, a Administração prefeitoral nunca respeitou o
disposto na Lei Orgânica, até o momento em que a alterou em matéria de Saúde. E
a Câmara permitiu que alterasse para que não ficasse, todos os anos,
recorrente: não cumpriu, não cumpriu, não cumpriu. Era 13% da administração
global, e nunca chegaram a mais de 10%.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Vereador, nós temos dados concretos de que ultrapassam 15%, não só no ano
passado como em outros anos. Então, vamos defrontar os números. Quem sabe lá na
Comissão de Saúde, na COSMAM.
Nesse
sentido, nós queremos, como disse anteriormente, socializar e agradecer esse
gesto brilhante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, por meio do Prefeito,
que demonstra, em ações, que Saúde é prioridade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradecemos a manifestação do Ver.
Aldacir Oliboni.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações por cedência de tempo do
Ver. Almerindo Filho.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e
Vereadoras, eu gostaria de colocar aqui o meu ponto de vista. Eu acho que a
Casa tem de oferecer aos meios de comunicação todas as informações. Não há nada
a esconder. Só que a publicação que se fez do denominado “Relatório
Assiduidade” é absolutamente distorcida e não reflete a verdade, e eu vou
provar por quê.
Este
Ver. consta, Sr. Presidente e Senhores Vereadores, com 11 faltas. Eu sou um
Ver. assíduo. Faço um levantamento e verifico que não respondi à chamada da
Ordem do Dia por quatro vezes. Aliás, estou em sete Sessões, nas quais falei,
presidi e, no entanto, tenho 11 faltas. A população pega o jornal e lê:
“Vereadores faltam tantas Sessões”, quando a Ordem do Dia é uma parte da
Sessão. E mais, a questão, muitas vezes, de não responder à Ordem do Dia é um
dispositivo regimental, político, para não se votar determinadas matérias por
razões políticas. Então este Vereador, das 11 faltas que constam, estava
presente em sete vezes na Casa, presidindo a Casa. E dentre uma das Sessões que
consto como ausente, estava homenageando a campanha da RBS de combate à
violência contra as crianças.
Sessão
do dia 5: consta como falta. A população lê: “Vereadores faltaram a Sessão”,
mas não é isso! Eu mandei aos jornais toda a matéria e deveria ter sido pelo menos
publicada uma notinha, para que toda a verdade se faça, para o conhecimento da
opinião pública. Então, no dia 5, este Ver. consta como ausente, mas este
Vereador, no dia 5, respondeu a chamada às 14 horas. (Lê Atas de Sessões
anteriores.) “... Em Sessão o Projeto de Lei Complementar do Legislativo foi
discutido pelo Ver. Elói Guimarães. Às 17h30min foram encerrados os trabalhos.
Os mesmos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães”.
Nesse dia eu falto perante a opinião pública, mas está aqui.
Vamos
para o dia 6: “Chamada realizada às 14h, sendo respondida pelo Ver. Elói
Guimarães... o Sr. Presidente concede a palavra ao Ver. Elói Guimarães, que
manifestou-se acerca da importância do significado da Catedral Metropolitana.
Os trabalhos foram presididos pelo Ver. João Antonio Dib e Secretariados pelos
Vereadores Maria Celeste, Ervino Besson e Elói Guimarães, este como Secretário ad hoc “. Consto perante a opinião
pública como ausente na Casa, porque esta é a leitura!
Vamos
à outra falta, no dia 18: “Chamada realizada às 14 horas, sendo respondida pelo
Ver. Elói Guimarães; o Ver. Elói Guimarães manifestou-se acerca do assunto
tratado na Tribuna Popular. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João
Antonio Dib, Elói Guimarães e Maria Celeste. Em Comunicações, o Ver. Elói
Guimarães fala – estou ausente perante a opinião pública". Dia 25:
“Chamada realizada às 14 horas, sendo respondida pelo Ver. Elói Guimarães; foi
encaminhado à Mesa, pelo Ver. Elói Guimarães, Projeto de Lei tal e tal...; em
Comunicações, o Ver. Elói Guimarães expressou sua alegria pelo recebimento da
Medalha do Pacificador”. E por aí se vai. Não vou ler, porque o tempo não vai
dar. Dia 15: “Segunda chamada realizada às 14h15min, e ainda, durante a Sessão,
compareceu o Ver. Elói Guimarães”. Dia 6: “Segunda chamada realizada às
14h15min, respondida pelo Ver. Elói Guimarães. O Ver. Elói Guimarães
manifestou-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular e etc.” – e
por aí se vai –, “O Ver. Elói Guimarães estabeleceu as diferenças e tal e tal”.
Dia 17: “O Ver. Elói Guimarães fala, faz pronunciamento; após, o Ver. assume a
Presidência para que o Ver. João Dib possa usar o tempo de Liderança do seu
Partido. Foi aprovado por unanimidade Requerimento tal, de autoria do Ver. Elói
Guimarães. Encerrada a Sessão”.
Bem,
são 11 faltas que constam. Este Vereador, na Casa, esteve em sete; faltou a
quatro e, dessas quatro, a bem da verdade, de uma delas eu poderia me valer,
foi um período em que eu tive de fazer uma pequena intervenção cirúrgica e, no
articular o pedido, houve uma passagem.
Então,
Srª Presidenta, eu vou voltar ao assunto, porque são questões muito importantes
que devem ser esclarecidas, pois, senão, a opinião pública vai fazer uma idéia
distorcida da gente. Fica, portanto, esse esclarecimento. Eu encaminhei ao
jornal, e vamos continuar examinando esse assunto, porque é importante para que
a gente estabeleça a verdade perante a opinião pública. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Elói Guimarães.
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Srª Presidenta, Ver. Margarete Moraes, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, como os fatos ditos de per si, como notícia,
podem ocultar a grande tragédia! As notícias não podem ser só observadas como
notícias, como manchetes; a gente tem de se debruçar sobre o texto, sobre o
fato.
A
Cidade de Porto Alegre preocupada com a Saúde! Onde? Onde é que é isso? Aqui
não é. Claro que eu tenho um carinho profundo pelo Ver. Aldacir Oliboni, mas
esse anexo do Pronto Socorro, que foi inaugurado com vários anos de atraso, nos
quais a licitação perambulou, nos quais a licitação se incomodou, nos quais a
licitação voltou e acabou, depois de quatro ou cinco anos, sendo inaugurada,
ele é apenas uma estrutura física inaugurada, e por isso, parabéns, bato
palmas! Mas cadê o povo que está lá dentro? Cadê os médicos, se agora, no
momento de férias, alguns saem e os outros trabalham três vezes para substituir
os outros? E cadê as licenças-gestantes das médicas que ficam grávidas? Quem é
que fica no seu lugar? E um homem poderia ficar no lugar de mulher gestante
nessa situação, mas não fica. Foram chamados vários concursados. E aqui eu
quero render a minha homenagem ao Prefeito, que teve a coragem de chamar
Técnicos de Radiologia, já que o Pronto Socorro não tem técnico de radiologia!
É um escândalo o Pronto Socorro não ter técnico de radiologia, agora vai ter.
Chamaram técnicos de enfermagem. Que bom! E médico? Não chamaram nenhum. O que
tinha de fazer a Administração? E aqui eu chamo a do Estado junto. Quando eu
falo em Saúde, tenho de falar tripartite e bipartite, tenho de falar no
Município e no Estado. Têm de tomar de assalto três hospitais que estão fechados;
têm de encampar três hospitais: o Hospital Santo Antônio, que está mofando; o
Hospital Ipiranga, da Ulbra, que está mofando; e o Hospital Lazzarotto, que tem
uma pendenga que ninguém acerta. São 585 leitos com teias de aranha! São 585
leitos vazios, deixando a nossa gente sofrer. Se vocês forem agora na
Emergência do Clínicas, na Emergência do sagrado Conceição, vocês vão ficar
aterrorizados, porque é pior do que a guerra do Iraque, onde estão matando na
base de 16 ou 17 pessoas por atentado. Lá, nós temos centenas de pessoas
sentadas nos bancos, em meia-cama, no chão, em cima das macas. Isso é por
descuido e desleixo? Não, é por falta! Como é que nós, bonitinhos,
arrumadinhos, engravatadinhos, podemos permitir três hospitais fechados? Não
podemos nos dar a esse luxo; o Poder Público tem de encampar. É deboche leito
vazio; é deboche leito com teia de aranha, mofando, quando os nossos diabéticos
em coma estão aí, quando os nossos AVCs estão a babar nas camas, de macas por
aí, enquanto as pessoas que se salvariam, se tivessem um melhor cuidado estão a
morrer, estão a sofrer. Encampem-se os três hospitais, por meio do serviço
público, e teremos leito naquela cidade, onde, há 30 anos, não se inaugura um
leito pelo SUS, não se inaugura um hospital; fecham-se leitos; a Santa Casa,
por falta de pagamentos, fechou vários, fechou-se quase um hospital. O
Presidente Vargas tem dois andares fechados, fazendo coro com esses três
hospitais. Nós, Vereadores, temos de indicar o caminho para os que dirigem a
Saúde. A nossa gente não pode mais sofrer na Saúde. É por isso que a gente quer
estudar a Saúde a fundo. Nada de eleitoreiro, nós precisamos estudar, para que
as pessoas não sofram, não morram. O que deve ser os telefones dos gabinetes
dos Senhores, pedindo um leito de misericórdia? Isso não é Saúde Pública.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elias Vidal está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, Presidenta desta Casa, Verª Margarete Moraes, é um prazer novamente
estar aqui nesta tribuna para reiniciarmos os trabalhos neste ano de 2004.
Quero agradecer também ao Líder da Bancada do PTB, Ver. Cassiá Carpes, que me
cede o tempo de Comunicação de Líder, para que possamos, de alguma forma, expressar o nosso pensamento a
respeito de um tema que eu acredito ser bastante preocupante. Os senhores leram
nos jornais, na semana passada, neste final de semana também, uma matéria,
entre tantas, mas uma, com a qual este Ver. tem-se preocupado ao longo de sua
vida. Um título de um tema que acho extremamente complexo, um assunto que é
bastante preocupante porque envolve a questão da violência: “O fim de prisão
para usuários de drogas”, título do jornal Zero Hora.
Eu
quero dizer aos senhores e também aos ouvintes, aos telespectadores que
assistem pelo Canal 16, da NET, aqui da TVCâmara, que esse assunto foi tratado
com muita leviandade; esse assunto não teve o devido debate, o amadurecimento,
simplesmente votaram. Não que eu sinta alegria ou prazer na prisão de um
adolescente ou de um usuário de drogas; eu tenho tristeza, mas a liberdade é
uma condição do ser humano em conformidade com as leis; leis essas que garantem
a vida do outro, porque os meus direitos vão até onde começam os direitos do
outro. Agora, se eu quero ter liberdade, tenho de estar em conformidade com as
leis. As nossas praças vêm, num crescendo, transformando-se em maconhódromo, verdadeiros oásis,
paraísos para uso e consumo de drogas. Os pais tinham ainda como ferramenta e como
mecanismo uma espécie de cobrança com os filhos o fato de os filhos, daqui a
pouco, estarem sendo presos, e ninguém quer perder a liberdade. Agora, os
garotos, os jovens vão debochar da cara dos pais. Já é um tanto constrangedor
uma mãe, com um filho, com uma criança, viciando esse filho pelo cheiro e pela
fumaça de maconha nas praças - para informação dos senhores, isso vai criando
uma memória química, o cheiro. Agora, pronto, acabou. Os jovens, adolescentes
vão fumar descaradamente com um ar de deboche por qualquer pessoa, por qualquer
administrador de parque, por qualquer autoridade ou com relação à própria
polícia. Acho que foi tratado de uma forma leviana esse assunto, e, com relação
a esse mesmo assunto, para quem trabalha há anos nessa área, eu dou aqui o meu
parecer - se é que serve para alguma coisa: eu não concordo com o que está
sendo feito, com o que foi feito, da forma que foi votado, em hipótese alguma!
Por várias razões: primeiro, não existe um sistema educativo! Eu, outro dia,
disse, daqui, e vou dizer e vou repetir muitas vezes: eu desafio qualquer um em
Porto Alegre que me apresente, no sistema de Saúde de Porto Alegre, tratamentos
terapêuticos eficazes resolutivos. Eu desafio, porque na Comissão Especial
sobre Drogas e Violências, com vários Vereadores, nós rastreamos Porto Alegre e
não existe nada! Agora, se votassem o fim da prisão, mas, ao mesmo tempo,
votassem um programa eficaz para o Brasil: “Nós não vamos prender, mas nós
temos uma alternativa, nós temos aqui um mecanismo eficaz, resolutivo, no
sentido de recuperar esse jovem viciado...” O que vai acontecer? Muito
traficante vai passar por viciado! É muito fácil estar traficando, pegar a
droga, atirar em um canto, jogar para cima de outro e sair fora, e entrar com
recurso de que é apenas um viciado, quando está, muitas vezes, traficando.
Nos
outros países, os países que se chamam de Primeiro Mundo, se é que são de
Primeiro Mundo de verdade, porque há inversão dos valores, parece que o que não
presta vira moda...! Tanto na Bélgica como na Holanda, na Inglaterra, enfim, na
França, em vários países, inclusive nos Estados Unidos, eles implantaram esse
sistema de serem bonzinhos com o mau e não obtiveram êxito, não obtiveram
sucesso. Agora, lá é um país de Primeiro Mundo...!
Se
eu tiver tempo vou voltar ainda hoje a esta tribuna e quero abordar um pouco
esse aspecto, pois estou inscrito no Grande Expediente. Quero retornar e
concluir esta matéria, porque acho que precisamos falar mais a respeito dela.
Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em
Comunicações.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, as manifestações de hoje mostram a riqueza desta Casa, Ver. Pedro
Américo Leal, em que vários assuntos foram trazidos, todos eles diretamente
relacionados com a vida dos porto-alegrenses. É uma Casa que justamente pauta
os assuntos mais importantes da Cidade, daí a importância deste Parlamento, que
esteve prestigiado também pelo Prefeito João Verle até há pouco. A Campanha da
Fraternidade deste ano é das melhores, Ver. Campani, que integra o Comitê da
Bacia Hidrográfica do Gravataí; a Campanha da Fraternidade é sobre a água, “A
Água, Fonte de Vida”. Portanto, esta Campanha, como as demais que buscam
justamente inserir os temas nas comunidades, nas diversas paróquias, está, mais
do que nunca, recebendo apoio das diversas instituições, e a Arquidiocese de
Porto Alegre estava, ainda hoje de manhã, com Dom Dadeus Grings, no Colégio São
Francisco, abordando o tema água;
esse Colégio quer fazer a conscientização não só nos alunos, mas em toda a
comunidade de entorno, sobre a importância da água para a sobrevivência, para a
vida, para a qualidade de vida. A Campanha da Fraternidade vem, então, com toda
a força para mostrar que água não é um bem isolado, não é um bem natural
unilateral, digamos assim, ele se inter-relaciona com os demais recursos
naturais. Não existe água sem flora. A água é comprometida, todos sabem, com
esgotos, mas também com o desmatamento que causa a erosão. Nós temos aqui, por
exemplo, em Porto Alegre, 28 arroios. A maior parte deles canalizados; não são,
portanto, mais arroios, são canos; isso se deu no processo histórico do
desenvolvimento da Cidade. Isso é histórico. Há uma co-responsabilidade de toda
a sociedade, de todos os Partidos com uma política totalmente afastada dos
princípios ambientais. Os morros estão desmatados; e esses arroios sem a mata
ciliar para protegê-los da erosão e evitar o assoreamento numa Cidade que
vem-se desenvolvendo, historicamente, sem cuidar dos seus bens naturais.
E a Folha de São Paulo de
ontem, a dominical, prova, em duas grandes páginas, por que São Paulo alaga. E
São Paulo alaga porque, justamente, é um mau exemplo de processo de
desenvolvimento.
A
matéria fala das ilhas de calor promovidas por edifícios, concreto, asfalto - o
que, aliás, estamos discutindo no atual Plano Diretor. O atual Plano Diretor
permite nos bairros residenciais tradicionais cada vez mais as ilhas de calor,
aqui em Porto Alegre, que atraem muito mais chuva, onde a água depois não pode
penetrar, porque está tudo impermeabilizado, a água não é absorvida pelo solo,
formando Ilhas de calor, áreas totalmente impermeabilizadas.
Porto
Alegre está indo pelo mau caminho de São Paulo, onde obras de engenharia, por
mais vultosas e extraordinárias que sejam, não vão dar resposta a esta
problemática: saneamento básico, drenagem urbana, qualidade e quantidade de
água.
Mais
do que nunca uma política ambiental se impõe, e o desenvolvimento e as
atividades humanas devem, justamente, seguir princípios básicos, os mais
básicos, os mais singelos, que são os princípios da natureza. As gravidades nos
mostram justamente isso.
Que
no ano da revisão do Plano Diretor, mais do que nunca, saibamos colocar em
prática esses princípios, os princípios da política e do direito ambiental.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra em Comunicações por cedência de tempo do Ver. João Batista Pirulito.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, companheira Margarete
Moraes, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, em
primeiro lugar, quero agradecer ao nosso companheiro da Frente Popular, Ver.
Pirulito, pelo espaço concedido.
Voltando
às questões da Saúde que aqui foram largamente discutidas, eu acho que é uma
pauta sobre a qual realmente devemos conversar, e não apenas conversar, mas
fiscalizar e ver os problemas.
Disse
aqui o nosso nobre Ver. Dr. Goulart que em Porto Alegre não existe saúde. Eu
gostaria de fazer um convite - é uma pena que o Ver. Dr. Goulart não esteja no
plenário para poder responder - para que sejam conhecidas algumas experiências
de políticas preventivas de Saúde; por exemplo, o arroio Taquara, Ver. Beto
Moesch, que é um dos seis braços que formam a Barragem da Lomba do Sabão e que
é o único manancial de água potável de Porto Alegre, caso aconteça um acidente
no nosso lago Guaíba, estão sendo saneado - 41 quilômetros de saneamento -, vão
ser tratados, vão ser recuperadas as margens, vamos construir um parque
temático longamente discutido com aquela comunidade.
Isso
se chama prevenção. Agora, também, a
gente até compreende o Ver. Dr. Goulart, que, na sua história, sempre trabalhou
com a medicina curativa. É difícil ele compreender o que é uma medicina
preventiva.
De
qualquer forma, a gente se coloca à disposição para ele aprender um pouco com a
população o que é investir para não precisar haver tantas filas, tantos
problemas como a gente enfrenta na Saúde, e isso também tem de ser uma
discussão para a gente debater na própria CPI, em que ele é um dos autores, o
qual eu respeito.
Mas
outro tema que me traz à tribuna e já foi colocado aqui é com relação... Aliás,
esta Casa é uma privilegiada, porque nós temos um chamado recesso, mas não paramos de trabalhar. Trabalhamos, nossa
Presidenta, todo o tempo. Veja bem que fomos pauta em vários momentos, durante
o chamado recesso, em que a sociedade, com certeza a própria imprensa, com toda
legitimidade, fiscaliza as nossas ações. Só que às vezes passam uma opinião que
nos deixa em situações não-verídicas, deixam-nos numa situação constrangedora.
Por exemplo, há Vereadores, com todo o respeito, até porque este ano vou entrar
com bastantes nomes de ruas, porque saíram dois loteamentos na minha região. Eu
moro na Lomba do Pinheiro, Porto Alegre é minha região, mas moro lá, e,
portanto, vou priorizar os nomes de ruas, até porque eu não vou à SPM apenas
deliberar por nome de ruas, a gente discute com as comunidades, ouve a opinião
e a comunidade indica para que a gente apresente aqui.
Eu
tive, realmente, poucos projetos no ano de 2003, agora, priorizei este aqui:
(Mostra folheto.) “Aposentadoria da Dona-de-Casa; é um Projeto federal, e que
durante o ano de 2003, priorizei, sim, o ano todo. E quero fazer um convite,
publicamente, neste momento, para que todas as mulheres e homens de boa vontade
estejam em Brasília, no dia 10 de março, na grande marcha de luta pela
aposentadoria da dona-de-casa, que nós queremos dar toda a visibilidade
necessária para que essas mulheres que não têm essa visibilidade, que vivem na
pobreza, empobrecidas por um sistema injusto, possam, também, ter o seu espaço.
Aquelas que trabalham sete dias por semana por amor, mas quando chegam aos 60
anos têm de pedir esmola para os filhos, para o marido, para a sociedade, o que
é muito injusto".
Nós
vivemos numa sociedade, aqui em Porto Alegre, que está em quinto lugar no
Brasil em grau de prioridade em relação ao número de mulheres que estão nessa
situação para aposentadoria.
Estou
encaminhando um Requerimento, Srª Presidenta, para representar este Legislativo
nessa luta, no dia 10 de março, em Brasília, e espero contar com o apoio dos
nobres pares desta Casa, e que a sociedade saiba - nós respeitamos todos os encaminhamentos
dos Projetos que aqui estão - que esta Vereadora priorizou projetos que
considerou mais importantes, e este, com certeza, a sociedade há de convir.
Neste
ano estamos aí novamente nesse embate, nessa luta para resgatarmos a dignidade
desta parcela dos 43 milhões de brasileiros e brasileiras que não estão
inseridos na Previdência Social, e nós estaremos lá tencionando o Congresso
para que, de fato, a gente consiga mais esta vitória.
No
momento é isso, nós estamos retomando, um bom ano parlamentar para todos e que
nós possamos, com certeza, discutir aqui os Projetos de relevância para a nossa
Cidade e para o nosso País. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
em Comunicações.
O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras desta Casa, estamos iniciando mais
um ano Legislativo. Este é um ano, pela sua característica eleitoral, que
certamente a população, em particular aqueles que nos assistem pelo Canal 16,
deverão começar a fazer uma reflexão se efetivamente eles querem continuar
mudando a Cidade de Porto Alegre.
É
neste ano que começam a ser questionados sobre o que esta Administração vem
fazendo. Então, é o período que você que nos assiste, que prestigia esta
plenária, deve fazer a reflexão se a gente deve continuar mudando. Mudando em
que sentido? Mudando uma Cidade que se transformou na Capital da democracia
participativa, por meio do Orçamento Participativo, pelos seus conselhos, pelos
seus congressos, enfim, se transformou na capital da participação popular.
Transformando-se, também, no sentido de ser a Capital da qualidade de vida, por
meio de um conjunto de investimentos que esta Prefeitura fez; transformando-se
na capital do Fórum Social Mundial. O Prefeito, há pouco, aqui, nos deu a
notícia de que Porto Alegre, em 2005, novamente, vai receber o Fórum Social
Mundial, que se transformou num grande negócio para a Cidade de Porto Alegre,
porque ativa o comércio, gera empregos, e mais do que isso, trouxe Porto Alegre
para o cenário mundial. Hoje, o mundo inteiro conhece Porto Alegre, sabe e
reconhece que aqui é uma referência mundial de participação popular, num modo
diferente de administrar. É a Capital do Prefeito-Criança: por várias vezes
fruto de uma política para crianças e adolescentes, esta Cidade foi eleita a
Capital da criança. É a Capital que foi reconhecida pelos usuários da Saúde,
tema que foi pautado e que, infelizmente, não é lembrado por parte desta Oposição,
como a cidade que melhor atende os usuários da Saúde. É a Capital que tem hoje
uma das maiores obras de urbanização no nosso País, que vai reformular toda a
sua entrada da Cidade.
Então,
é essa a reflexão que as pessoas, que vão ser chamadas e convocadas em 2004
para declarar o seu voto, deverão fazer, ou seja, se querem continuar
transformando Porto Alegre na Capital da participação popular, da qualidade de
vida, do Prefeito-Criança, da Saúde, dos projetos de urbanização, ou se querem
voltar ao que era no passado, numa Capital sem investimentos, que não
priorizava, efetivamente, a população de baixa renda.
Então,
em outubro, a população vai ser chamada, mais do que para declarar um voto a um
candidato, mais do que para declarar um voto a um Partido, Partido dos
Trabalhadores ou à Frente Popular, mas declarar, sim, a sua paixão pela Cidade,
porque ela tem de afirmar, propor e continuar o desafio de seguir transformando
Porto Alegre como sendo a melhor Capital para se morar neste País.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Pestana, nas nossas administrações, nós estávamos tão
acostumados a ganhar a Capital de melhor qualidade de vida, que nunca fizemos
publicidade. Quando fui Prefeito, Porto Alegre foi contemplada três vezes como
a Capital de melhor qualidade de vida e não saiu nenhuma linha em jornal
nenhum.
O SR. CARLOS PESTANA: Veja, Ver. Dib, não é só a Capital da
qualidade de vida, é a Capital da participação popular, é a Capital do
Prefeito-Criança, é a Capital da melhor empresa de ônibus deste País, que
restabelece uma discussão daqueles que insistem em dizer que a iniciativa
privada administra melhor que o setor público. É a Capital, em que os usuários
da Saúde, segundo pesquisas feitas junto aos usuários, reconheceram que o
sistema de Saúde é o melhor do País. Então, Ver. João Dib, com todo o respeito
à sua administração, quero lhe dizer que não se resume à qualidade de vida, é
um conjunto de fatores que fazem com que nós, do Partido dos Trabalhadores,
administremos esta Cidade há quase 16 anos. Então, eu quero desejar para a
cidade de Porto Alegre um feliz 2004!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Verª Presidenta, eu notei que o orador da
tribuna já está em campanha aberta, pedindo votos para o seu Prefeito Municipal
para o mês de outubro. Eu acredito que nós corremos até um sério risco, porque,
afinal de contas, o período eleitoral vai ter ainda o seu início, quando,
então, nós vamos poder pedir votos para os nossos eleitores. Ainda não é
possível. Nisso eu acho que o Ver. Pestana está bem adiantado, eu não sei se
por medo ou por temor de alguma coisa pior que possa acontecer com o seu
Prefeito, mas ele está cometendo um equívoco a essa altura dos acontecimentos, antecipando
uma campanha eleitoral que ainda não começou.
O SR. CARLOS PESTANA (Questão de Ordem): Verª Margarete Moraes, eu só quero fazer
o registro de que a minha manifestação nada mais faz do que contra-argumentar
àqueles que passam todo o período atacando esta administração como se nada
fizesse. Evidentemente que é inadmissível qualquer tipo de censura, já que este
Parlamento está aberto para um bom debate. Eu só queria fazer este registro,
que não se pode admitir que nossos parlamentares se autocensurem. Estou, aqui,
só destacando alguns pontos positivos desta administração, profundamente
exitosa, que vem administrando esta Cidade há 16 anos.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa informa que vai consultar a
Procuradoria acerca da Questão de Ordem apresentada pelo Ver. Luiz Braz.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT,
nos prestigiou, agora, com uma venda de ilusões fantástica. Ele é um vendedor
de ilusões, porque veio aqui dizer, Ver. Luiz Braz, teve a capacidade de dizer
que a Saúde de Porto Alegre está bem. Ele não diz que Porto Alegre, a Cidade
das Crianças - não sei o título que tem Porto Alegre -, é um título que foi
dado pelo Sr. Oded Grajew, Presidente da Abrinq, que é Secretário Nacional do
PT; isso chama-se, no futebol, jogadinha ensaiada. Esse tipo de promoção, esse
tipo de mentira, da transparência e da decência, vai aos poucos desaparecendo,
e agora eles não querem mais falar na questão nacional, agora estão todos eles
voltados a Porto Alegre. Quem bom, não é? Que coisa boa que eles não querem
falar absolutamente nada sobre a cara-de-pau de algumas pessoas de, depois de
terem explodido a sua vida, continuarem no cargo sem nem se flagrar e dizer:
"Olha, vou sair para deixar a coisa um pouco melhor".
Mas
a gente já sabe que é assim, pois esse mesmo Partido dos Trabalhadores que
agora privatizou o Banco do Maranhão vem aqui dizer, da tribuna, que as
crianças em Porto Alegre estão muito bem, se uma das piores coisas, em matéria
de administração, é a pré-escola em Porto Alegre, em que 70% é feito pelas
ONGs.
Essas
iniciativas da Prefeitura estão locupletadas, entupidas, e mais do que isso,
estão promíscuas, e isso é dito por um Juiz de Direito que veio a Porto Alegre
dizer.
E
vêm falar sobre o Prêmio Abrinq? Isso é falta de respeito com a população de
Porto Alegre; isso é mentira.
Veio
aqui a Verª Maristela Maffei dizer que o Ver. Dr. Goulart está acostumado com a
Medicina Curativa e que não entende nada de Medicina Preventiva. Ora, é uma
falta de respeito de uma pessoa que não tem autoridade nenhuma para falar sobre
esse assunto, por desconhecimento completo do assunto, vir aqui e dizer uma
sandice - isso contribui para que o diálogo fique cada vez mais difícil e que
as condições de debate nesta Casa, ...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)
Eu
estou falando em Liderança, Vereador.
As
condições de debate nesta Casa estão cada vez piores. O desrespeito aos
Vereadores é feito dessa forma: de uma ousadia que chega à mentira, à
deturpação dos fatos. E claro que a população de Porto Alegre, a terra do
Orçamento Participativo, passa a ser a compradora dessa ilusão vendida por ideais
flagrados - muitas vezes nos flagrantes constrangedores da mentira - em que nós
vemos uma Cidade que faveliza cada vez mais, uma Cidade que está muito longe,
mas muito longe de ser a de melhor qualidade de vida - isso não é verdade. Nós
vemos hoje grandes cidades, cheias de problemas, metrópoles importantes do País
com qualidade de vida muito melhor do que a de Porto Alegre - é só viajar, é só
avaliar, é só olhar. E agora, então, o Partido dos Trabalhadores - num momento
de grande desespero, porque estão em queda livre, porque perderam o seu
discurso, porque o lado carente diz que não, mas a vida diz que sim - está na
contramão da história; e mais do que isso: é necessário, é imprescindível que
se minta, e que se minta muito para conseguir um novo mandato, quando as
questões nacionais - por estes dias - devem ficar meio esquecidas, porque não
convém trazer à tona esse mar de lama que assalta e que toma conta, hoje, de
Brasília, e que há dois anos tomou conta do Estado do Rio Grande do Sul, com as
mesmas denúncias, Ver. Luiz Braz, inclusive...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Cláudio Sebenelo,
encerrou o seu tempo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Inclusive, se vocês quiserem encontrar o
Diógenes, o Diógenes de Oliveira, ele assessora o Ministro Olívio Dutra, é do
seu gabinete. E se vocês souberem, assim, que na cidade de Santo André, depois
do assassinato do Prefeito foram assassinadas mais seis pessoas voltadas ao
problema, vocês vão ver que as coisas não eram bem assim... E onde é que se
buscou o dinheiro para tanta festa e para tanta campanha? Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidenta, acho que esta Casa não
pode fazer acusações levianas. O Diógenes não foi condenado a nada. É um
cidadão no gozo pleno dos seus direitos políticos e sociais. Não foi condenado
a nada! Portanto, ele pode ser assessor de quem ele quiser. E até que é uma
mentira dizer que ele é assessor do Olívio. Mas ele pode ser assessor de quem
ele quiser, pois ele não foi condenado a nada.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, autorizado pela Liderança da minha Bancada, estou usando este
tempo, porque no período da Comissão Representativa eu havia questionado uma
Emenda à Lei Orgânica, a Emenda nº 15, que tem o seguinte texto: "Em caso
de impedimento do Presidente da Câmara, assumirá o Procurador-Geral do
Município" .
No
dia em que eu fui surpreendido com a existência dessa Emenda, neste Plenário,
eu presidia uma Sessão, disse que o Dr. Rogério Favretto estaria respondendo
pelo expediente da Prefeitura. Discretamente, eu fui alertado pelo Ver. Juarez
Pinheiro que ele não estava respondendo pelo expediente da Prefeitura, mas,
sim, ele estava no exercício de cargo de Prefeito. Durante o tempo da
Presidência, evidentemente, muito mais coisas precisavam ser feitas e eu não
pude cuidar com a necessária presteza dessa Emenda - que entendo absurda,
ilegal e inconstitucional. Aí, pedi que me fossem fornecidos dados; e os dados
me foram fornecidos pelo Ver. Elói Guimarães, que presidia a Sessão.
Então
eu constatei que era pior do que eu pensava, porque o Ver. Juarez Pinheiro,
presidindo a 2ª Sessão de votação da Emenda, no dia 24 de novembro de 1999,
colocava em votação da seguinte forma (Lê.): "O texto do art. 9º, § 2º,
onde há o destaque na sua íntegra, é o seguinte: ‘No caso de impedimento deste
último, responderá pelo expediente o Procurador-Geral do Município’”. E aí diz
o Presidente da Sessão (Lê.): "A expressão destacada é responderá pelo expediente" - vou
repetir: "A expressão destacada é responderá
pelo expediente". E o que aconteceu? Seguem as notas taquigráficas a
informar a todos nós, Vereadores (Lê.): "Não havendo quem queira
encaminhar, em votação nominal, o Destaque da expressão responderá pelo expediente - volto a dizer, foi votado o Destaque responderá pelo expediente - esclareço
que o voto sim aprova a expressão,
mantendo-a no texto; o voto não
rejeita a expressão, retirando-a do texto". Após a votação nominal,
proclamado o resultado: "Rejeitada a expressão por 18 votos não, 5 votos sim. Está retirada a expressão do texto”. Então, foi retirada do
texto a seguinte expressão responderá
pelo expediente. E aí, o Ver. Juarez Pinheiro, na Comissão de Justiça, faz
uma proposição para uma melhora de redação e substitui o que não existe -
porque já não mais existia o verbo responderá
– pelo verbo assumirá. Eu estou já
fazendo a declinação do verbo, é o verbo responder pelo verbo assumir, mas eu
estou dizendo o texto verbal. Portanto, Srª Presidente, a Bancada do Partido
Progressista vai encaminhar a V. Exª para medidas urgentes, que seja
providenciada a solução que deve ser dada; até porque contraria a Constituição,
contraria a própria Lei Orgânica, quando diz que “não se pode atentar contra os
direitos da cidadania”. A Lei Maior prevê no seu art. 14 que (Lê): "A
soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e nos termos da lei, mediante...”
A
Lei Orgânica diz (Lê.): “Não será objeto de deliberação a emenda que vise a
abolir as formas de exercício da soberania popular prevista nesta Lei
Orgânica”.
Portanto,
o Vice-Prefeito é eleito junto com o Prefeito – e é eleito pelo povo. Não
poderá ser feito de uma forma irregular, de uma forma ilegal, por uma emenda
que foi votada aqui, às pressas - muito às pressas -, e que criou o que a
Revolução não conseguiu: criar um Vice-Prefeito para a Cidade de Porto Alegre,
quando estiverem afastadas as possibilidades de o próprio Vice-Prefeito, do
Presidente ou da Presidenta da Câmara, numa Emenda de redação incrível criar-se
o cargo de Vice-Prefeito para o Procurador-Geral, que é um cargo demissível ad nutum. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. DARCI CAMPANI: Como foi levantada aqui neste Plenário,
durante o período de recesso, a questão da licitação para as linhas de
táxi-lotação Belém e Restinga, eu gostaria de noticiar, especificamente ao Ver.
Reginaldo Pujol, que no dia 19 - inclusive, todos os Vereadores foram
convidados -, às 19 horas, no Centro Administrativo Regional Restinga, ocorrerá
Audiência Pública - que está prevista na lei que criou esse transporte seletivo
para a localidade de Belém e Restinga.
Eu
também gostaria de notificar que o Secretário Nacional do PT é o nosso colega
do Rio Grande do Sul, não é o senhor Oded Grajew – não Odete, ou qualquer outro
nome –, e, sim, é o Paulo Ferreira, para no caso de precisar de alguma
comunicação. Obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
em Comunicações.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós estamos
começando esta Legislatura muito importante, que é o final do nosso mandato, em
2004; muitos voltarão no próximo ano, e outros, quem sabe, não voltarão, porque
nós vamos passar novamente pelo julgamento do povo, por meio do voto popular. E
neste momento em que se fala muito em valdomiros, lembro-me de que o único
Valdomiro que eu conheci, que era um grande ser humano, Ver. Cláudio Sebenelo,
e era com v e não com w, foi o Valdomiro Vaz Franco, pessoa
sensacional, foi Deputado Estadual, grande ídolo do Internacional; hoje,
fala-se noutro Waldomiro, que deixa a nossa atividade perplexa; quando se fala
em Diógenes, nós ficamos arrepiados, não sabemos se isso vai voltar à tona.
Então, isso constrange a classe política, inibe a possibilidade de crescimento,
quem sabe, da classe política.
Falando
da Saúde, Ver. Dr. Goulart, está aqui na página 4, do jornal O Sul, comentando que a Saúde está sendo
penalizada, o lado social deste País está sendo penalizado: (Lê.): “A Saúde
está com um corte de 800,3 milhões de reais; a Educação, com um corte de 170,7
milhões; o Desenvolvimento Social, com um corte de 74,5 milhões; o
Desenvolvimento Agrário - que abastece o País e alimenta essa população -, com
um corte de 33,4 milhões.” Isso soma mais de um bilhão na área social deste
País, quando a todo momento se diz que houve superávit da balança comercial,
que há um crescimento do País. Mas será que superávit e crescimento do País
podem ocorrer sem compartilhar, Ver. Isaac Ainhorn, com a população brasileira
que sofre neste País? Eu vi o Líder do Partido, Ver. Carlos Pestana, dizer que Porto Alegre é uma maravilha - eu sinto muito
constrangimento, Ver. Carlos Pestana, em falar mal da minha Cidade, que não é
minha terra, porque sabem que sou de São Borja, mas é a nossa Capital, é
considerada por todos os gaúchos a nossa terra, o nosso símbolo, o tambor de
ressonância da população do Estado e do Brasil. Quando Vossa Excelência fala
que Porto Alegre não tem problemas, Ver. Isaac Ainhorn, as pesquisas mostram -
e foi no seu Governo do PT - que a Capital se tornou a Capital da droga, isso
não se fala; a Capital das invasões na periferia da Cidade por meio do
Orçamento Participativo - sim, eu tenho provas, Ver. Luiz Braz. Gente
manipulando a população de Porto Alegre nas vilas, e lá estão as melhores casas
do Orçamento Participativo! Tenho fotos, como Presidente da Comissão
de Direitos Humanos e do Consumidor! E a Segurança na Capital?
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu quero cumprimentar Vossa Excelência pela posição e postura de
independência que tem como crítico que é da Administração do PT aqui, na Cidade
de Porto Alegre, e no plano nacional. Quero cumprimentar Vossa Excelência,
porque hoje, infelizmente, assisti o Líder Nacional do Partido de V. Exª,
Senador Sérgio Zambiasi, neste momento em que se procura instaurar uma CPI
neste País para averiguar denúncias de corrupção, querendo pôr panos quentes -
eu sei que não é o pensamento de Vossa Excelência.
O SR. CASSIÁ CARPES: Ver. Isaac Ainhorn, o Senador Sérgio
Zambiasi se elegeu com a maior votação da história deste Estado como Senador,
mas nós estamos falando em nível municipal e V. Exª sabe que nesta Casa sempre
fomos Oposição. Vossa Excelência sabe e sempre estive com V. Exª nas
trincheiras da Oposição em relação ao PT na Capital.
O Sr. Zé Valdir: V. Ex.ª permite um aparte?
O SR. CASSIÁ CARPES: Meu tempo está esgotado, eu quero
complementar o meu raciocínio. Se for breve, eu teria a maior satisfação.
O Sr. Zé Valdir: Só para dizer que as três maiores
ocupações - Leopoldina, Rubem Berta e Parque dos Maias e outra invasão...
O SR. CASSIÁ CARPES: V. Ex.ª gaguejou. Gaguejou, está com
dúvida!
O Sr. Zé Valdir: Não! Essas três maiores invasões foram no
Governo Collares.
O SR. CASSIÁ CARPES: É que V. Exª conhece tão bem...
O Sr. Zé Valdir: V. Exª que não conhece Porto Alegre!
O SR. CASSIÁ CARPES: Porque V. Exª comandava o Orçamento
Participativo nesta Casa para as invasões de Porto Alegre. V. Exª é um dos que
comandavam as invasões.
O Sr. Zé Valdir: As três maiores invasões foram no Governo
Collares.
O SR. CASSIÁ CARPES: Portanto, V. Exª conhece muito bem o que
foi invadido. Há mais de 70 mil moradias invadidas na Capital e ocorreram
durante os dezesseis anos de administração do PT na Capital. Quando falamos da
Capital, falamos do problema do desemprego - em média é o mais alto do País -;
da falta de habitação, que o seu Governo não fez em dezesseis anos; do Centro
da Cidade, que a Administração do PT desmontou e fala em revitalização há anos,
Ver. Luiz Braz , enquanto o Secretário Adeli Sell - que está fazendo um ótimo
trabalho - está brigando no Centro. Está brigando a soco, atirando caixotes.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Cassiá, conclua seu tempo.
O SR. CASSIÁ CARPES: Então, termino, dizendo que, Ver. Isaac
Ainhorn, estou na Oposição, irei me manifestar na hora certa e serei Oposição
ao PT na Capital até o segundo turno.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, se o Plenário me permitir – e acho que permite –
eu queria, inicialmente, cumprimentar a todas as colegas e todos os colegas
neste reinício ordinário dos trabalhos; mas é importante dizer que esta Casa
não parou, funcionou, aqui – não é, Ver. Zé Valdir? –, durante todo o processo
das Sessões representativas, sendo que, na grande maioria, tivemos aqui quórum
e bons debates.
Eu
quero usar este espaço de Liderança, Ver. Luiz Braz, para poder, evidentemente,
Ver. Elói Guimarães, não participar do ataque histérico de ficar jogando
pedras. Mas eu quero fazer uma reflexão coletiva. Eu hoje ouvi, atentamente, a
entrevista do Presidente nacional do PT, o ex-Deputado José Genoíno, e ouvi outras
Lideranças; e no final de semana os jornais fizeram ampla cobertura sobre esse
episódio que aconteceu lá em Brasília. Primeiro, eu acho que o Presidente Lula
é um homem de bem, eu não acho que ele seja um homem desonesto, mas o que
aconteceu é muito grave. E acho que o PT está lamentavelmente equivocado, Ver.
Elói Guimarães, em não assinar a CPI, porque esse cidadão, Waldomiro, chegou a
dividir um apartamento com o José Dirceu por alguns anos! Os Parlamentares – e
me dizia o Deputado Mendes Ribeiro que quando não conseguia falar com José
Dirceu, Ver. Cassiá Carpes, – quando das negociações das Emendas parlamentares,
todas essas questões estavam ligadas ao Sr. Waldomiro Diniz. Agora vem o
Presidente do PT dizer: “Não, mas ele não é filiado ao PT”. Mas vai ter
cara-de-pau na Cochinchina! O assunto é extremamente grave e uma CPI poderá não
manchar a honra deste Governo. Ver. Pedro Américo Leal, que é um Governo
neoliberal, nós já sabemos. Que está seguindo a cartilha do Fernando Henrique,
nós também já sabemos. Mas, até prova em contrário, parecia que esse Governo
não estava enveredando para o campo do desvio de verba pública, de
financiamento de campanha com dinheiro ilegal! E eu fui examinar o Processo,
Ver. Pedro Américo Leal, hoje pela manhã, e vi o seguinte: esse cidadão aqui,
que é irmão do Diniz, que é sócio dessa empresa aqui no Rio Grande do Sul. É
verdade que a Justiça determinou que o Governo do Estado assinasse, mas também
é verdade que o Dr. Torelli não recorreu da decisão! Ou seja, parece-me uma jogada
ensaiada; recorreram na Justiça. O Procurador-Geral do Estado fez vistas
grossas, não dando o encaminhamento jurídico, fazendo com que o Estado tivesse
de assinar.
Ora,
eu estou dizendo isso, porque eu acho que a CPI é um direito da minoria, Ver.
Nedel. Imaginem o PT na Oposição, se acontecesse um episódio desses no Palácio
do Planalto?! Estaria na Esquina Democrática e em todas as esquinas das
Capitais brasileiras, distribuindo panfleto e lutando pela ética na política!
Pois agora – pois agora – utiliza-se dos cargos, e os senhores vão ver - e eu
já solicitei à minha assessoria que fizesse uma leitura especial - a partir de
amanhã quantos cargos vão ser nomeados para os aliados para não assinarem a
favor da CPI! Esta é a prática que tem acontecido na República: o PT discursa
para os pequenos, mas governa para os grandes; é a favor da transparência no
discurso, mas governa tentando impedir a fiscalização.
Então,
quero dizer aqui que, ao falar com o Senador Pedro Simon - Presidente, Líder
maior do nosso Partido -, senti-me, hoje pela manhã, orgulhoso, e já havia lido
as manifestações dele, e ele me disse: “Olha, eu já assinei todas as CPIs nos
meus 45 anos e, portanto, vou assinar essa CPI, e não é para ser contra o
Presidente da República, porque eu acho que ele é um homem de bem. Mas eu acho
que abaixo do Presidente há muita gente envolvida em negociata neste Governo da
República. Não pára por aí, se nós aprofundarmos, há mais coisas, há mais caroços nesse angu”.
Portanto,
meus amigos, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós queremos dizer
que a nossa Oposição - tranqüila, responsável e sem denuncismo - acredita que
este País precisa fazer uma CPI a favor da democracia e da transparência de um
governo que tem um ano e que ainda não conseguiu avançar na área social; que
mantém a política macroeconômica do Governo anterior e que, na nossa avaliação,
precisa esclarecer estas graves denúncias de desvios de recursos públicos.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Havendo quórum, passamos à
Em
votação o Requerimento nº 021/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que
requer que o Grande Expediente do dia 15 de abril de 2004 seja destinado a
homenagear os 50 anos do Colégio Aplicação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Em
votação o Requerimento nº 022/04, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que requer
que o período de Comunicações do dia 19 de abril de 2004 seja destinado a
homenagear os 20 anos das Diretas Já.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação o Requerimento nº 023/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
requer que o período de Comunicações da Sessão Ordinária de 26 de abril de 2004
seja destinado para homenagem a ser prestada à passagem do 60º aniversário do
Hospital de Pronto Socorro. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Eu
quero registrar a presença do Ver. Dr. Goulart, que não conseguiu fazer uso do
espaço eletrônico.
Encerrada
a Ordem do Dia.
Passamos
ao
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. DR. GOULART: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, há três anos, no início da Legislatura, este
médico do SUS falava pela primeira vez como parlamentar com mandato popular com
muita honra nesta tribuna. E aqui, dentro da inocência daqueles que não
entraram ainda na vida parlamentar, imaginava eu o que seria digno mais tarde
de um verdadeiro D. Quixote, que poderia fazer grandes modificações com a pena
do parlamentar, com a caneta do parlamentar, com o voto do parlamentar, e eu
prometia para os senhores e para as pessoas que tinham-me honrado com o voto e
me trazido até esta cadeira que lutaria pela Educação em tempo integral nas
escolas, que foi a bandeira desfraldada por Leonel Brizola nos seus melhores
tempos, orientado por Darcy Ribeiro. Não consegui sensibilizar o nível municipal,
mesmo porque as emendas que fez foram abasto solicitadas para que não
prosseguissem nesse sentido, porque não eram o que pensava a Administração.
Engajei-me, junto com o Secretário Fortunati, na Escola Aberta, que é um arremedo desse pensamento, é um início
desse pensamento de entregar a escola, num tempo maior, para a comunidade, e lá
estão as pessoas a tocarem as suas bandas, lá estão as pessoas a jogarem os
seus jogos, a terem as suas informações na Escola
Aberta. Que vitória! Imagino eu agora, passado tanto tempo de dificuldades,
que tem sido a Escola Aberta, mas é
em nível estadual, e lá está a ajuda deste Vereador. Em nível municipal, não
progrediu o meu pensamento, mas, em nível Estadual, consegui ajudar um
pouquinho, dando orientações para os jovens a respeito de método
anticoncepcional, prevenção da gravidez na adolescência e na gravidez de alto
risco, falando sobre doenças sexualmente transmissíveis, prevenção de maiores
complicações no ventre daquelas meninas e nos genitais dos menininhos. Atingi
algum objetivo.
Eu
falei para os senhores que lutaria também pela cultura e, mais especificamente,
pela cultura popular. E, dentro da cultura popular, por um viés encantador, que
é o carnaval, eu trouxe para esta Casa a criação de uma Comissão Parlamentar
Especial, que localizaria a Pista de Eventos. Arrepiou-se o Humaitá, quando nós
designamos para a sua Região; o povo de lá, com cinco mil assinaturas, não
quis. Levamos para o Porto Seco, que queria. E, lá no Porto Seco, começa a se
erguer esse complexo, que deve ser alguma coisa muito maravilhosa para os
eventos de Porto Alegre e muito mais para o carnaval. É bem verdade que
desencadeei esse processo que agora a Prefeitura inaugurará, mas foi da Bancada
do PDT, foi do nosso gabinete que surgiu o primeiro caminho, e eu tenho
participado tão pouco das festas que lá se fazem, tenho participado tão pouco
dos momentos políticos que acontecem nos encaminhamentos dessa inauguração. Eu
precisava, Prefeito querido, participar mais perto de V. Exª para justificar o
caminho que procuramos seguir no início da Legislatura. Isso foi aprovado com
um relatório de Fortunati, mas até agora não tinham conseguido fazer a Pista de
Eventos, e lá teremos um início de pista de eventos, e lá teremos as mesmas
arquibancadas montadas aqui, agora montadas acolá, as mesmas!
Claro
que eu queria que, quando passasse a minha escola de samba, o Estado Maior da
Restinga, na sua beleza, agora no 2º Grupo, estivesse em todos os camarotes,
com todos os spotlights e focos sobre
a beleza de nossa porta-estandarte, da nossa porta-bandeira, da nossa bateria
nota 10. Mas não vai ser assim; lá será um arremedo do que foi aqui, ainda
canhestro, mas eu aceito, porque, dentro das dificuldades administrativas é o
que podiam nos dar. E a Pista de Eventos tinha de acontecer e tinha de
acontecer por alguém do PDT, como Brizola, como Darcy, como todos os outros que
lá trabalharam, encravando na Capital do samba o sambódromo Pista de Eventos;
os gaúchos, mais uma vez, não amarrando o cavalo nos obeliscos, mas preparando
a pista de desfile de Portela, Salgueiro e Mangueira. Claro, foi de nosso
gabinete que surgiu, mas pouco se fala disso na Cidade. Só poderia ser na Zona
Sul, na Restinga ou na Zona Norte, na zona do Humaitá ou Porto Seco. Aqui no
Centro não poderia, porque não poderíamos construir 12 barracões. Onde? Não
teria lugar.
Os
que choram agora são os mesmos que choravam na época da penicilina de Fleming,
os mesmos que choravam na época da vacina de Osvaldo Cruz, que depois veio a
ser a redenção pela sua proteção. Lá há de ser um belo momento, e eu me irmano,
mas, ao mesmo tempo, fico pensando: por que já não é a definitiva que vai
acontecer neste carnaval? Por que não é a definitiva? Demorou, cochilou o
Executivo, mas está fazendo. Meia vitória nossa, uma meia na Educação, outra
meia na Cultura. E na Saúde, onde trabalho desde os 19 anos de idade, que
conheço bem, na Saúde eu perdi tudo! Na Saúde eu não consegui nem meio ponto,
Ver. Cláudio Sebenelo, eu não consegui nem meio ponto na Saúde, porque os projetos
em nome do povo, de necessidade do povo, relacionados à prevenção das doenças
do povo, Verª Maristela Maffei, que puderam...
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Segundo uma certa Vereadora, o senhor não entende nada de
prevenção, porque o senhor só faz medicina curativa e não vai entender nunca a
prevenção.
O SR. DR. GOULART: Não faz mal...
O Sr. Cláudio Sebenelo: Eles conseguem botar uma lixeira lá no
Lami, bem pertinho do rio. Despoluem de um lado e poluem do outro. Eles não
sabem nada de prevenção.
O SR. DR. GOULART: Muito obrigado. Eu fiz um projeto em que
80% das mulheres, na vida sexual ativa, deverão colher o preventivo de câncer.
Não consegui aprová-lo.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte?
O SR. DR. GOULART: Pois não, Verª Maffei, que muito me
honra, as suas opiniões a respeito de Medicina são extraordinárias! Fale,
Vereadora!
A Srª Maristela Maffei: Vereador, não foi uma certa Vereadora,
foi esta Vereadora que teceu uma crítica a respeito de um comentário em
particular que o senhor fez aqui. Não quero tirar mais o seu tempo, pois, em
seguida, vou falar a respeito desses temas, mas jamais faltei com respeito a V.
Exª, que sempre terá, desta forma, o mesmo trato; sempre vou lhe chamar de V.
Exª e Vereador, porque sei que o senhor é uma pessoa educada e eu também sou.
Muito obrigada.
O SR. DR. GOULART: Muito obrigado, muito me honra o seu
aparte e a sua opinião há de honrar-me sempre, Vereadora, porque, além de
inteligente, V. Exª é muito bonita.
Então,
meu queridos, falhei em tudo que queria! Falhei no terceiro turno da Saúde, que
foi votado, que o Prefeito vetou e que nós, com a Bancada do PT, derrubamos o
veto! E não acontece o terceiro turno na Saúde! Por quê? Eu falhei, senhores, no
meu desiderato! Eu quis fazer um centro de especialidade médica para que as
pessoas não levassem três anos para operar as suas varizes, para desentupir
suas coronárias, para ajeitar seus cérebros doentes e cansados! Mas eu falhei,
porque foi aprovado e não foi regulamentado! Eu quero que cada hospital
particular que se locuplete da filantropia deixe de pagar impostos de 10% dos
leitos para o SUS! Foi aprovado! O Prefeito vetou e nós derrubamos o Veto! E
isso não foi sequer alinhavado, sequer arrumado. Eu falhei, senhores e
senhoras, mas, neste ano que vem, eu não gostaria de falhar.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu gostaria de fazer um requerimento.
Como deve estar registrado, eu compareci na abertura dos trabalhos, na primeira
chamada, em que não houve quórum, na segunda chamada, em que houve quórum, e me
manifestei na abertura dos trabalhos, fui obrigado a me afastar e retorno agora
neste instante, quando sou informado que já foi cumprida a Ordem do Dia. Eu
queria que V. Exª consignasse que nós estamos presentes no início e no final
dos trabalhos.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. ELIAS VIDAL: Srª Vereadora-Presidenta, Margarete
Moraes, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu tenho dificuldade em
entender um assunto e gostaria que os senhores me ajudassem. Se eu vendo um
objeto roubado, é crime? Dr. Goulart, se eu vendo um celular roubado, é crime?
É crime. Se eu vendo um carro roubado, é crime? É crime. E se V. Exª comprasse
o carro roubado? Aí não é crime? É crime. Diz o Ver. que é crime. E se alguém
comprasse o celular roubado do receptador, é crime? É crime. Bom, se eu vendo a
droga, é crime; se eu a compro para usar, não é crime. Eu não estou conseguindo
entender, eu não estou conseguindo equacionar isso. Não, mas eu compro, então,
eu sou só o receptador do objeto roubado. Não, é para uso pessoal... Alguém me
vende um celular roubado, eu sei que é roubado, mas é para uso pessoal... Não é
para outros, eu vou usar. Ah, então, não deveria ser crime! Se fôssemos usar
essa lógica, por que, se eu vendo a droga, é crime, agora, se eu compro para
usar a droga, não é crime? Eu não estou conseguindo entender, equacionar isso!
Alguma coisa está errada!
Eu
li outro dia uma matéria que os senhores também leram. “Assassinado jovem
envolvido com drogas”. Se a câmera da TV conseguir pegar (Mostra o jornal.):
uma mãe que amarrou um filho, encheu de corda esse filho, amarrou o filho, fez,
parece, um novelo de lã de tanta corda! Olhem a tristeza, o desespero dessa
mãe! Você que é mãe, você que é pai, que tem um filho, de repente, tem, como
única opção, amarrar esse filho para que ele escape da morte. Essa mãe não tem
felicidade, essa triste mãe perdeu esse filho assassinado. Por quê? Ela não
conseguiu um lugar adequado para tratar esse filho. Não conseguiu, essa mãe não
conseguiu, como milhões de pais e mães que também não têm para onde enviar seus
filhos para recuperá-los!
Porto
Alegre, todos nós sabemos que não tem no seu programa de Saúde, não
contempla... Nem em Porto Alegre, no Estado, no Brasil...! Talvez em lugares
tenha algo um pouco melhor...
Não
entendo aqueles que estão dirigindo o País! A sociedade pensou num modelo
diferente, pensou em algo melhor! Hoje estão liberando e facilitando a vida...!
A sociedade está ao sabor, ao critério, à mercê de quem usa drogas!
Estava
falando com um policial, e ele contava que os usuários de droga e também os que
a vendem bateram palmas de felicidade, quando descobriram, ouvindo pela
imprensa, que usar droga não é mais crime, não os torna mais passíveis de serem
presos!
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Realmente, V. Exª toca num ponto crucial na luta antidrogas: a
falta de locais suficientes e adequados para o seu tratamento. E o que é o
pior: quando não é por problemas de droga, temos documentos incríveis em
relação ao tratamento que é feito, inclusive em pequenos núcleos de postos de
saúde, em que as condições são as piores possíveis.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Exª está abordando um tema muito importante, do qual tenho-me
afastado propositadamente, porque essa Lei aprovada no Congresso consuma o
absurdo: liberaram completamente a droga, o usuário não tem mais nenhuma
punição.
É
claro que o usuário tem de ter uma punição proporcional para que ele seja
advertido. Porque não é possível usar droga e ficar por isso mesmo!
Como
vamos conceber que o usuário seja encaminhado a um hospital? Mas que hospital?
Ele
vai ter os cuidados do Governo. Mas que cuidados do Governo, se sabemos que o
SUS está em vias de soçobrar?
E
tudo fica por isso mesmo, porque os legisladores não entendem nada daquilo que
propõem!
Eu
só faço projetos sobre segurança! Eu entendo do resto, mas muito de segurança!
E fico dentro dessa minha especialidade, que fiz através do tempo.
Vossa
Excelência está abordando alguma coisa muito importante. Nós não sabemos o que
vai acontecer com o Brasil nas drogas, e Vossa Excelência, por favor, não
abandone essa bandeira, porque venho corroborar com Vossa Excelência naquilo
que puder.
O SR. ELIAS VIDAL: Obrigado, Ver. Leal
O Sr. Darci Campani: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Elias Vidal, eu já tinha-me solidarizado com V. Exª neste
debate, mas gosto de lembrar a questão de a gente não ter uma posição que vá
para o moralismo ou, às vezes, a gente tem uma posição... Não estou dizendo no
seu caso, especificamente, muito antes pelo contrário. Estou querendo lembrar
uma situação que é a questão da hipocrisia que muitas vezes paira na nossa
imprensa.
Eu
vou lhe relatar agora, porque estive - por uma questão de família, e as
pressões ocorrem - num grande show
que ocorreu, aqui, no Litoral. E esse grande show foi divulgado, é um órgão de imprensa do nosso Estado que
promove esse show todos os anos, onde
quem estava lá no show, assistindo,
sabe que ali, pelo aroma que existia no show,
o consumo de drogas estava livre, completamente livre, não dava para se negar,
pela presença de odores que todo mundo conhece. Como é que Vossa Excelência
interpreta esse show, promovido por
um grande órgão de imprensa, em que se sabe que há um grande consumo, e esse
órgão de imprensa vem depois fazer campanha contra o uso das drogas, mas esse show creio que tenha lhe dado muito
dinheiro, muito recurso.
Então,
na hora de promover, de obter lucros, é fácil, e, durante todo o show - estive lá -, não ouvi uma palavra
de desincentivo ao consumo de drogas.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Elias Vidal, eu quero saudar o pronunciamento e a luta de
Vossa Excelência; agora, Vereador, sinceramente, a decisão da Câmara Federal e
do Senado praticamente liberou o consumo das drogas, e é lamentável o que
aconteceu, é um incentivo para que os nossos jovens usem drogas. É lamentável,
Vereador, mas vamos continuar. Eu me somo a V. Exª nessa grande luta! Essa luta
é a história da sua vida, Vereador. Parabéns, mais uma vez, pelo seu
pronunciamento.
O SR. ELIAS VIDAL: Muito obrigado. Srs. Vereadores, a
questão é que esse assunto tem de ser debatido, quem sabe deveríamos pressionar
para que isso pudesse de alguma forma ser discutido melhor, porque acredito que
vidas se perderão, famílias, milhares de jovens e pais sofrerão com essa
decisão que tomaram lá em Brasília. Eu não compartilho com as decisões que o
Congresso teve nesse sentido, de tornar o uso da droga uma coisa menos
constrangedora.
A sociedade está à mercê
de quem usa drogas! Isso vai aumentar o consumo de drogas, o tráfico, a
violência e, com certeza, pessoas morrerão numa decisão de uma forma, no meu
juízo, irresponsável.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
em Grande Expediente.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente e Srs. Vereadores, nós
iniciamos, na tarde de hoje, a primeira Sessão Legislativa do ano de 2004 e o
nosso último ano da Legislatura. Inauguramos, portanto, esta Sessão com muitos
discursos, o que, evidentemente, faz parte de uma Casa política o discurso e o
debate, mas, ao mesmo tempo nós procuramos estimular e abordar, Srª Presidente
e Srs. Vereadores, os grandes temas da vida da Cidade, da vida do Estado:
Segurança, combate a drogas, combate à prostituição infantil, desemprego,
situações dramáticas que vive o nosso País.
Curiosamente
existem algumas correntes que sustentam a chamada descriminalização das drogas
em nosso País. Observei, nobre Ver. que me antecedeu na tribuna desta Casa,
neste Grande Expediente, a sua indignação com as decisões havidas no Congresso
Nacional, elas são, realmente, extremamente contraditórias - não vou usar o
termo desiderato, porque senão as pessoas vão ter de recorrer a um dicionário,
certamente não os doutos Vereadores, mas vou usar o termo finalidades - na
busca das finalidades que procura o legislador para atender as demandas sociais
e as aspirações da população.
Hoje,
nós observamos que, por força da decisão deste Congresso que está aí, os
cidadãos, os homens de bem, estão impedidos de usar a sua arma de defesa
pessoal, correndo o risco de serem, inclusive, enquadrados em flagrante e
recolhidos, em determinadas circunstâncias, ao presídio por crime inafiançável.
Esse de um lado, e de outro lado alguns perfis e comportamentos de
liberalização de drogas.
E
eu não vejo, exceto por alguns discursos extremamente genéricos e amplos, ações
concretas. Eu quero dizer a V. Exas que acredito no Ver. que atua
fazendo projetos, mas nós temos de ter a sensibilidade na elaboração dos
projetos de lei para que sejam efetivamente auto-aplicáveis e exeqüíveis,
viáveis na sua aplicação, porque, senão, fica muito fácil.
Aliás,
nós, infelizmente, não abordamos aqui, na Sessão Legislativa passada - e estava
pronta para ser votada -, a reforma do Regimento Interno. Eu penso até que a
Câmara de Vereadores, que tão valorizada é hoje, Verª Maristela Maffei, tem de
ser tão rigorosa como é a Assembléia Legislativa em relação aos projetos
inconstitucionais. Não adianta nós trabalharmos os projetos inconstitucionais,
pois depois vão para o ralo do esquecimento, mesmo quando derrubamos um veto,
porque eles se tornam inócuos aqui nesta Casa; nós temos que ter essa
sensibilidade. Isso não quer dizer que o Ver. não tenha que ter a sensibilidade
de gerar desafios e criar situações de grandes debates jurídicos. Não é isso!
Eu vou citar um exemplo: eu mesmo, aqui, no ano 2002 para 2003, apresentei uma
Emenda, excluindo os boxes comerciais da taxa do lixo, por eles não produzirem
lixo. Esse Projeto foi aprovado e o Prefeito o vetou por entender inconstitucional.
Foi derrubado o Veto e o Projeto se tornou Lei. O Prefeito entrou em juízo,
argüindo a sua inconstitucionalidade. O Presidente do Tribunal concedeu a
Liminar e atendeu a demanda inicial provisória do Executivo, dando pela
inconstitucionalidade, numa ação direta de inconstitucionalidade e,
posteriormente, por 16 a 09, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul entendeu que o Ver. tem competência em legislar matéria tributária, mesmo
que envolva redução de receita. E, aqui, nós temos uma pessoa, que eu sei,
dedica-se muito ao estudo desses assuntos, que é o Ver. Luiz Braz. E tivemos
uma vitória, que não é do Ver. Isaac Ainhorn, nem do Ver. Zé Valdir, não, nós
tivemos uma vitória, aqui, do Tribunal de Justiça, por 16 a 09, que representou
uma vitória, uma afirmação da soberania dos legislativos, através da sua
valorização. Acho também que não podemos dizer que não vamos entrar com um
projeto, porque ele é inconstitucional. Não, quando há um debate razoável em
termos da discussão, se é constitucional ou não, eu penso que o parlamentar,
que tem aquele instinto do advogado, do debate, da discussão de idéia, tem de
questionar, tem de ir e ver se realmente é ou não é, ir até as últimas
conseqüências na sua luta, porque é muito parecida a ação do parlamentar com a
do advogado.
O Sr. Zé Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Isaac Ainhorn, ouço atentamente o seu pronunciamento e quero
me somar a ele. Os projetos flagrantemente inconstitucionais, que são
apresentados no Legislativo, eu acredito que enfraquecem o Legislativo, porque
criam uma falsa expectativa para a população, ou seja, projetos vão-se tornar
leis e leis viáveis, quando, na verdade, isso não acontece.
O SR. ISAAC AINHORN: É dentro dessa linha que eu penso, mas
não vou excluir lutas que determinados Vereadores fazem em relação a
determinadas causas. Está aí a Verª Maristela Maffei, a quem eu tenho um
respeito muito grande, desenvolvendo uma luta em torno da questão da
aposentadoria da dona-de-casa. Eu acho que tem valor essa luta, é uma luta
política que ela coloca para a sociedade como demanda de uma aspiração de um
conjunto social. É válido? Sim, é válido, mas nós temos de ter a sensibilidade
de dosar as coisas.
Quero
dizer a V. Exª que pretendo encerrar este ano de trabalhos parlamentares,
encerrar 2004, tendo a sensibilidade de buscar caminhos legislativos novos,
ousados, modernos, mas sem cair naquela vala comum do discurso meramente
retórico e do projeto, sobretudo autorizativo, que se sabe não vai redundar em
nada; projeto que autoriza a criação de um serviço e que o Prefeito não vai...
Quando alguém vai ser Prefeito, ou o Partido do parlamentar que vai ser
Prefeito que lute para que aquela idéia se torne realidade, sem o que será
flagrantemente inconstitucional e anti-regimental.
Por
isso quero trazer, neste ano, esse debate e essa discussão, e, por isso,
Vereador, eu tanto luto nesta Casa pela institucionalização do Orçamento
Participativo, Verª Maristela Maffei, porque pode uma Bancada conservadora
vencer as eleições neste ano e acabar com a participação popular nas decisões,
como até hoje não engoliram a Tribuna Popular. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Grande Expediente.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, Verª Maristela Maffei, eu sou daqueles Vereadores
que acredita que o legislador deve ter, em primeiro plano, na sua atuação, a
fiscalização.
É
preciso fiscalizar as leis, é preciso que as leis sejam bem feitas, claras,
precisas, concisas, para que possam ser respeitadas. A profusão de leis não
ajuda em nada; a lei inócua é a maior inimiga da lei boa. Não quero dizer que -
já diziam os filósofos antes de Cristo -, o país que tem mais leis é o mais
corrupto; por isso eu não estou muito preocupado. Mas, de qualquer forma, na
fiscalização da lei, na fiscalização do cumprimento da lei, várias vezes eu vim
a esta tribuna, sucessivamente, dizendo aos Prefeitos da Cidade que a Lei nº
7.770 não autorizava nenhum Prefeito a contratar quem quer que seja; que o art.
24 da Lei nº 8.666 não autorizava contratar da forma que estavam sendo
contratados. Mas a Prefeitura, com os seus doutos, sempre esteve acima da lei, e foi contratando e foi contratando. O
Dr. Olívio Dutra contratou milhares, até juiz de futebol. O Dr. Tarso Fernando
Genro contratou até escriturário, coisa que nunca aconteceu, mas ele fez. Aí
fizeram uma lei para fazer contratações e copiaram o artigo 24 da Lei de Licitação,
só que dizia que poderiam ser feitas contratações em caso de emergência ou
calamidade pública. E eu, todos os dias, vinha à tribuna dizer: "Onde está
o Decreto de Emergência ou de Calamidade Pública do Prefeito Raul Jorge Anglada
Pont, que está contratando adoidadamente?" E aí me diziam os doutos do PT
que estava na Lei nº 7.770: que em calamidade pública ou emergência podia
contratar. O art. 24 da Lei nº 8.666 também dizia que podia contratar. Mas eu
não vi, nenhuma vez, Porto Alegre em emergência ou calamidade pública,
felizmente. Até porque se houvesse emergência e calamidade pública de forma
continuada seria o caos instalado. Mas ele continuou contratando. Aí eu fui ao
Ministério Público e fiz com que o Ministério recebesse a minha denúncia de 985
cartas-contrato, num primeiro processo. E aí eles acharam que era fácil:
"Ah, o Ministério Público é o Ministério Público; não faz mal
nenhum". E eu mostrei que além das cartas-contrato havia a desonestidade
na forma das cartas-contrato. Até porque nas leis citadas, o art. 24 da Lei nº
8.666 falava em 180 dias, a Lei Municipal falava em 120 dias. Mas eles não
faziam diferença: uma hora era 120, outra hora era 180... Aí eles fizeram tudo
para 120 dias, para dizer que estavam dentro da Lei Municipal. E eu alertava de
que não havia enquadramento. Mas, a desonestidade era da seguinte forma: de
repente, um apadrinhado, um amigo, um querido companheiro recebia uma
carta-contrato, duas cartas-contrato, três cartas-contrato, quatro
cartas-contrato, cinco cartas-contrato, na seqüência. As coisas eram muito
interessantes: uma carta-contrato aqui, dessa figura que recebeu cinco delas.
Começou
no dia 10 de março de 1997 e terminou no dia 10 de setembro de 1997; no dia 6
de setembro de 1997 fizeram outra carta-contrato e mais quatro depois. E assim
eles foram fazendo cartas-contrato para os apadrinhados, para os amigos, é
claro! Por exemplo: aquele jovem otorrinolaringologista, que fez concurso e que
tirou segundo lugar, e a Prefeitura precisava de otorrino. Então o primeiro
classificado no concurso já havia sido chamado, tinha de chamar o segundo; mas
se chamar o segundo, ele está fazendo uma especialização no Canadá, ele perde a
oportunidade. Então não chamem o segundo, porque ele é parente, porque ele é
amigo do peito. Não pode, então não chamem o segundo. Chamem o terceiro
classificado para carta-contrato. E a mãe dessa pessoa, terceira classificada,
a da carta-contrato, insistia: "Dr. Dib, não pode, a minha filha tem que
ser chamada". Ela fez três cartas-contrato, até que o nosso jovem voltou
dos estudos feitos no Exterior e aí chamaram o segundo e o terceiro
classificados. Havia necessidade.
Aqui tem outro. Agora é uma jovem: um, dois, três, quatro, cinco também. Terminou um contrato no dia 29 de abril de 1999, e fizeram um novo no dia 13 de abril de 1999. Quer dizer, nem havia terminado um, já começava o outro. Mas eu também disse, reiteradas vezes, aqui, que essa história de Lei nº 7.770 e Lei nº 8.666 não estava valendo para as barbaridades que aqui estavam sendo cometidas. E a denúncia do Ministério Público diz: "As referidas admissões contrariam o art. 2º da Lei Municipal nº 7.770, que é atender casos de emergência e calamidade pública, quando caracterizados”, e não foi caracterizado. Por outro lado, também, alerta que, por várias vezes, o Tribunal de Contas chamou a atenção de S. Exª, o Sr. Prefeito Raul Jorge Anglada Pont de que ele não podia mais fazer cartas-contrato. Resultou em que, nos processos, ele foi condenado a cinco meses de cadeia; mas como se tratava de crime continuado, mais dois terços em cima da pena. E são dois os processos em que ele foi condenado a cinco meses de cadeia e mais dois terços. Estranhamente, na semana passada, nós falamos nesse fato e apenas um jornal na Cidade publicou: "O grande Prefeito Raul Jorge Anglada Pont foi condenado a oito meses e dez dias de cadeia” e ficou tudo por isso mesmo.
Quando
o Prefeito de Esteio foi condenado pela mesma coisa, manchetes. Não era bem a
mesma coisa, era muito menor e não era igual, ele foi até absolvido. Agora, o
ex-Prefeito Raul Jorge Anglada Pont faz um recurso, é possível que ele seja
absolvido, mas, no entanto, por enquanto, ele é um condenado a oito meses e dez
dias de cadeia. Saúde e paz. E se ele for para a cadeia, também saúde e paz para
ele! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Grande Expediente, por transposição de tempo com o Ver. João Bosco Vaz.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu estive acompanhando, durante toda a tarde, os debates aqui nesta
Casa. Aliás, ao longo de vinte e dois anos que estou completando neste ano aqui
na Câmara, tenho sido um Ver. - as pessoas que conhecem esta Casa e que vêm até
aqui sabem - que tem um comportamento disciplinar de comparecer às Sessões, de
acompanhá-las, de participar dos debates. Sobre aqueles dados que foram
divulgados por alguns jornais da Cidade - e comentados por algumas pessoas que
desconhecem a Câmara Municipal -, eu não vou nem contestá-los, porque, afinal
de contas, eu acho que para emitir opinião sobre a Câmara, tem de conhecê-la,
tem de vir aqui, tem de acompanhar os nossos trabalhos. Porque nenhum órgão de
imprensa vai pautar os trabalhos deste Vereador, que tem sido assíduo e com
compromissos assumidos com aquela população que me trouxe para cá - só com ela.
Graças
a Deus, eu tenho a consciência tranqüila de que cumpro com todas as minhas
funções de Ver. aqui nesta Casa.
Eu
faço este comentário para dizer que, nesse tempo todo, eu ouvi, Ver. Zé Valdir,
o Partido de V. Exª, quando era Oposição, fazer denúncias e mais denúncias,
numa indústria que V. Exª condenou hoje, aqui, desta tribuna, quando disse que
tão grave quanto a corrupção é o denuncismo. Eu acredito que V. Exª, pela
primeira vez, manifestou essa sua opinião, porque, afinal de contas, eu não
conheci nenhum segmento na sociedade que tivesse denunciado mais, durante toda
essa história, do que o PT - denunciava-se tudo, sobre tudo.
Só
para lembrar, Ver. Cassiá Carpes, quando o ex-Prefeito e então Governador Alceu
Collares assumiu o Governo do nosso Estado, abriram aquela CPI sobre o
calendário rotativo contra o Governo Collares, para não deixá-lo governar. Era
tudo para não deixar que alguém governasse, que alguém administrasse. Eu até
tenho uma frase, que quero repetir muitas vezes, e eu vou falar novamente aqui
desta tribuna: “O PT ainda vai pagar – e vai pagar dobrado – por todo crime que
ele cometeu contra a nossa sociedade”. Ele impediu que todas as administrações
que assumiram, enquanto ele era Oposição, pudessem governar, pudessem fazer
alguma coisa; porque eram denúncias em cima de denúncias. Agora, recentemente,
quando o PT foi para a Situação, começaram a surgir algumas denúncias contra o
PT. Absolutamente natural para quem denunciou tanto. Eu li em uma revista
semanal especializada, algum tempo atrás, quando estourou aquele episódio de Santo André, do Prefeito Celso Daniel,
em que o irmão do Celso Daniel veio à imprensa - olha só, não foi o Luiz Braz -
fazer declarações. Uma delas foi de que ele, irmão de Celso Daniel, foi um dos
emissários que levou para o José Dirceu, que é um alto prócere petista, um
milhão de reais. Essa denúncia, depois, foi arquivada. Após essa denúncia
envolvendo o Celso Daniel, ocorreram, coincidentemente, alguns assassinatos na
Cidade de Santo André, envolvendo as pessoas que sabiam desse caso.
Ora, imagino, se o PT
estivesse na oposição, o escândalo que o PT teria feito com tudo isso! Foram
mortes, foram assassinatos de todas as pessoas envolvidas naquele caso. O irmão
do Celso Daniel afirmou que entregou um milhão de reais para o José Dirceu! E
foi tudo arquivado! Misteriosamente, as coisas foram arquivadas!
Passa
algum tempo - eu acho que isso, também, daqui a pouquinho vai ser arquivado,
porque o PT é capaz de fazer algumas mágicas que os outros ainda não são
capazes, e nós desconhecemos toda a sua capacidade - e vem lá outra denúncia,
envolvendo, novamente, um assessor ligado ao José Dirceu, o homem principal do
Partido dos Trabalhadores, o homem que dita para o Lula o que ele deve ou não
fazer, o homem que assusta todos os Ministros que são empossados pelo Lula, e
têm de pedir a bênção para o José Dirceu, ou tinham de pedir, pelo menos, no
passado, porque, agora, depois dessas denúncias, desapareceram com o José
Dirceu.
Quais
são essas denúncias envolvendo esse tal de Waldomiro, homem que chegou a
abrigar José Dirceu em sua casa? De que esse homem, ligado ao jogo do bicho,
ligado a atividades ilegais buscava dinheiro - e muito dinheiro, não era pouca
coisa, conforme gravações feitas envolvendo ele e um homem de atividades
ilegais - para financiar as campanhas dos prefeitos e governadores petistas.
Não sei se é verdade ou não; mas vi uma fita rodando num programa de televisão
e acredito que essa fita tenha alguma veracidade, pelo menos estão dando toda a
atenção para o que está acontecendo e para o que está sendo denunciado. Não
posso chamar isso, simplesmente, de indústria do denuncismo, porque senão, do
que vou chamar o passado do PT? O que fez o PT para a nossa sociedade até hoje
a não ser denunciar, denunciar e cada vez denunciar mais sem provar
absolutamente nada?
Aqui
nesta Casa, Nossa Senhora! Assisti quantas vezes episódios de denúncias do
Partido dos Trabalhadores, de pessoas ligadas ao PT contra pessoas honradas
aqui desta Casa, que faziam o seu trabalho e que, muitas vezes, tiveram de ir
atrás para mostrar: “Olha, não sou o que estão dizendo”. Porque o PT sempre
acusou de forma infundada, mas apenas com o objetivo de desestabilizar as
outras pessoas que eram ligadas às administrações que estavam no poder. Acho
que agora temos de ficar observando para ver até onde chega esse episódio que
liga o Sr. Waldomiro ao Sr. José Dirceu, que é o principal Ministro do Lula.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Para encerrar, Srª Presidente. Sem
levantar aqui nenhuma suspeita, mas como homens ligados à política nós temos a
obrigação de estar atentos a tudo isso que está sendo levantado para que nós
possamos saber se, realmente, esses homens que estão hoje lá em Brasília,
dirigindo o nosso País são dignos da incumbência que receberam do povo
brasileiro.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidenta Margarete Moraes, Vereadoras e
Vereadores desta Casa, inscrevi-me para fazer alguns esclarecimentos. Primeiro,
ao meu colega que já foi Prefeito e Presidente desta Casa, Ver. João Antonio
Dib, pessoa por quem tenho o maior respeito, sobre aquele episódio da
contratação da Saúde. Acho que é importante afirmar que nós temos toda a
convicção de que o ex-Prefeito, atual Deputado Raul Pont, será absolvido e que
as contratações que fizemos - justamente quando nós estamos discutindo a
questão da falta de investimento na Saúde - e que faríamos de novo, porque eram
necessárias, eram fundamentais para um processo de municipalização da Saúde. Eu
estranho que, durante o período da CPI da Saúde, aqui, venham retomar esse tipo
de crítica.
Então
estamos dizendo o seguinte: primeiro, o ex-Prefeito Raul Pont será absolvido;
segundo, as contratações foram feitas e nós achamos que foram certas e as
faríamos de novo; terceiro, é no mínimo - Ver. João Antonio Dib, com todo o
respeito que eu tenho por Vossa Senhoria - prematuro falar em condenação,
porque há todo um Processo em aberto que não transitou em julgado. Esse
esclarecimento para a população de Porto Alegre é fundamental para defender a posição
tomada na época e para esclarecer em que pé anda esse Processo.
Retomando,
quero falar sobre as acusações ao Governo Lula. Primeira questão: o assessor
não é filiado; segunda, foi exonerado; terceira, a investigação já foi
determinada. Veja, Ver. Luiz Braz, V. Exª estava falando que o PT foi mestre em
criar CPIs para inviabilizar essa administração. Ora, durante os 16 anos de
Governo nesta Casa, criaram-se mais de 10 CPIs aqui, e nenhuma deu em nada.
Absolutamente em nada! Foi a do DEMHAB, a da Merenda, a da Saúde, e não deram
em nada! Em nada! Então essa tática, Ver. Luiz Braz, é usada pela Oposição
nesta Casa, que eu gostaria que V. Exª fizesse uma autocrítica, porque esse tem
sido o procedimento. São elementos importantes para esclarecer.
Terceiro
esclarecimento ao Vereador, meu amigo, Cláudio Sebenelo, quando diz que nós
estamos mentindo à população de Porto Alegre - não, é o Governo com sua
propaganda, não sou eu. Ora, depois de 16 anos, um conjunto de eleições em que
a população vem, repetidamente confirmando a sua votação, já diz que é titular.
Uma vez, vá lá; agora, várias vezes não se engana a população. É que a população efetivamente
reconhece nessa administração um trabalho sério, um trabalho que governa, sim,
para essa população carente de Porto Alegre.
Ouvi
o Ver Sebastião Melo, que me antecedeu, mas isso é compreensível. O Ver.
Sebastião Melo está num dilema. Eu imagino a confusão na sua cabeça! Porque era
um Ver. que há um tempo atrás ia para as ruas, na esquina democrática,
denunciar os aumentos. Hoje vem aqui defender a Taxa de Iluminação Pública,
defender a tarifa da CORSAN. Era um Ver. que criticava a questão da Previdência
e hoje ele é o responsável no Governo Federal para executar a política da
previdência. Era o Ver. que criticava o Governo Lula e hoje é Governo Lula. É
evidente que o Ver. está confuso, está perdido. As contradições são tamanhas! O
Governo Federal, por meio de uma linda propaganda, “Palavra do PMDB” – a
palavra do PMDB é o PMBD do Governo Federal.
O Governo Estadual, o PMDB
estadual, tirou oposição ao Lula, mas
foi desautorizado pelo Governador. Então, é natural que o Ver. esteja perdido,
confuso. Por isso vou desconsiderar as críticas que ele fez. Porque vejam, era
um Ver. que há pouco tempo cobrava da Prefeitura que não construía casas. Mil
casas ele achava pouco, Ver. Luiz Braz! Pois é! Agora o seu Governo não
construiu uma casa em Porto Alegre!. Eu estou há meses aqui lançando o desafio:
levem-me numa casa que esse Governo tenha construído, e não aparece nada!
E
vem falar em invasões! Não tem nenhuma autoridade! Mas essa confusão eu acho
que é compreensível, e tenho certeza de que será passageira. Eu entendo a
dificuldade que o Ver. Sebastião Melo vive nesse momento.
Eu
vim aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, prestar
esclarecimentos para que a população de Porto Alegre não seja levada, conduzida
a erro a partir de algumas declarações.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maristela Maffei está com a palavra
em Grande Expediente por cedência de tempo do Ver. Juarez Pinheiro.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Senhora e companheira Presidenta desta
Casa Verª Margarete Moraes, Senhores Vereadores e Senhoras Vereadoras,
insinuações foram feitas aqui e insinuações sutis. E nós conhecemos as
personagens. São as figuras que, no desenrolar da história de mais de 500 anos,
representam não apenas a questão do Governo, porque a população sabe que quem
está no Governo não está no poder. Agora, esses camaradas sempre estiveram no
Governo e sempre estiveram no poder, e muitos dos que vêm aqui discursar fazem
uma oposição aqui em Porto Alegre, mas estão lá conosco, com a responsabilidade
necessária para governar este País. Nós, do Partido dos Trabalhadores e da
Frente Popular, não ganhamos 100% do Congresso; não ganhamos o Senado, e nós
temos a responsabilidade de fazer alianças, e o fizemos, e quanta gente queria
que isso não acontecesse, e quantos partiram, homens honrados, sérios - eu já
fiz este discurso neste Plenário -, homens sérios, honrados, que tentaram fazer
a reforma agrária e foram derrubados; alguns foram assassinados em acidentes,
não por acaso, de avião; e eu não acredito até hoje que um homem como Getúlio
Vargas tenha cometido suicídio. Eu não acredito! Há muita coisa na História que
muita gente queria que estivesse acontecendo com o nosso Presidente Lula. Mas
nós temos a responsabilidade de governar. Não perdemos a nossa convicção.
Tivemos de cumprir, inclusive, acordos que nos doem, que nos são
contraditórios, mas temos a responsabilidade política, e assim estamos fazendo.
Agora,
vir aqui insinuar que a questão do assassinato de Santo André, que daqui a
pouco começou a morrer gente, aconteceu isso no Governo do Estado, do então
Governador Olívio. Quando o Secretário Bisol foi para frente das câmeras – o
que eu não faria, mas respeito – e disse que, se tivesse um filho doente, ele
assaltaria uma farmácia; na outra semana, um dono de uma farmácia apareceu
assassinado. Que coisa, não é?! É impressionante! Isso também é grave.
Então,
vamos com calma, pois, se é por aí, nós vamos começar a levantar muita coisa!
Se é por aí, nós vamos começar a discutir coisas seriíssimas, porque ninguém
foi condenado naquela falácia que foi feita na Assembléia Legislativa contra o
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, quando Olívio Dutra estava Governador.
Nada foi feito. Agora vem novamente um candidato a Prefeito de Porto Alegre
querer ressuscitar. Mas não tem problema para nós, se tivermos de debater.
Quando o nosso Líder vem aqui e diz que não dá em nada, é porque não se provou
nada! É porque não teve nada de legítimo, a não ser demagogia eleitoral. Foi
isso o que o nosso Líder do Partido dos Trabalhadores veio dizer nesta tribuna.
Ora!
Ver. Luiz Braz, me diga uma coisa - está aqui uma das Lideranças do PDT, o Ver.
Isaac Ainhorn, por quem tenho muito respeito - é ou não é verdade que a
ex-secretária, na época do nosso Governador do Estado do Rio Grande do Sul,
Alceu Collares, acabou com a eleição direta dos colégios estaduais? É mentira?!
E que o calendário rotativo foi ruim - pode ser melhorado um dia -, mas foi
ruim para o Estado, foi ruim, foi péssimo? Foi alguma invenção do PT isso, ou é
a responsabilidade de um Partido que está à frente da luta?
Vêm
aqui nos acusar de nós sermos os fomentadores das ocupações! O PT nunca esteve
atrás, sempre esteve à frente das lutas sociais, e o latifúndio é um câncer
neste Estado, é um câncer neste País! Por isso eu sempre vou defender a luta do
MST frente a uma luta de uma organização, e V. Exª há de convir, meu caro
Vereador, graças a Deus que há o MST! Porque se não fosse essa organização, nós
teríamos uma convulsão social. Aí, nós iríamos ver o que é que é baderna! E
temos alguns sociólogos aqui que sabem diferenciar muito bem o que é uma convulsão
social e o que é uma revolução cultural, intelectual que está transformando
tudo de uma forma diferenciada. Agora, não somos passíveis de que qualquer um,
na luta pela terra, de tantos filhos que já derramaram sangue, leve na cara
como nós temos levado há muito tempo, um soco, sem mesmo, Vereador, poder ir na
Justiça e reivindicar aquilo que é direito, porque nós sabemos como as terras
deste País foram invadidas! Pois o povo brasileiro não invade; o povo
brasileiro ocupa, e ocupa o que é seu! E eu não posso acreditar que nós estamos
em 2004, e as pessoas ainda interpretem dessa forma! O urbanizador social, na
questão da reforma urbana, vem a calhar nesse sentido, para que não haja mais a
invasão da grilagem, que era feita inclusive por grandes empresários nesta
Cidade.
Assim
como existem os certos, os honestos e que lutam pela legalidade, o urbanizador
social vem para compor com a sociedade, com a iniciativa privada, com o
Executivo e com a sociedade organizada para acabar com essa falácia. Agora, não
vamos confundir e fazer desta tribuna uma falácia desnecessária! Vamos com
calma, porque há muita gente com telhado
de vidro. Vamos discutir as questões.
Por
exemplo, eu sou a favor da legalização do jogo do bicho e de tantas outras
coisas que existem. Agora, há muita gente que não quer. Por quê? Porque sabemos
que há muita gente também, inclusive nesta Cidade, que se relaciona muito bem
com esse povo e nunca teve problema. Agora, vamos botar todo mundo, vamos
discutir todos juntos. Se legalizar o que os bancos já fazem, legalizados,
vamos ver se nós não vamos acabar com muita picaretagem que há por aí, Ver.
Luiz Braz, porque a gente sabe que há muita gente com telhado de vidro, e o PT não vai-se furtar dessa discussão, com
certeza que não, porque essa mesma agiotagem e falácia que está sendo feita
agora foi a mesma que fizeram com Olívio Dutra aqui no Estado do Rio Grande do
Sul, e nós sabemos quem são essas pessoas, nós sabemos quem são os autores e
aonde querem chegar, mas não vão conseguir, sabem por quê? Porque hoje o PT tem
a responsabilidade de estar na presidência da República, e a maioria dos
Partidos dos Vereadores que estão aqui está comprometida com a transformação
real deste País.
Então,
é bom vocês conversarem um pouco em nível nacional, para ver o que está
acontecendo, porque está muito fácil vir aqui ser Oposição. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Bosco cede o seu tempo para o
Ver. Luiz Braz que, por sua vez, cede o seu tempo para o Ver. Cláudio Sebenelo
em Grande Expediente
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente e Srs. Vereadores, pois o
Líder do PT, Ver. Carlos Pestana, disse que o Sr. Waldomiro Diniz não é
filiado. Essa é uma pérola fantástica. Ora, não é filiado, mas tem mais poder
do que 99% dos filiados do Partido dos Trabalhadores gostaria de ter; ele
apenas comanda 70%, 80% das estruturas de poder e mando do Brasil, apenas isso;
então, ele não é filiado, mas foi nomeado pelo Partido dos Trabalhadores; o
Governo é do Partido dos Trabalhadores. Há outra coisa: alegam que ele foi
imediatamente exonerado. Também, se não fosse com aquele vídeo, não se exonera
mais ninguém no mundo! Isso não foi uma atitude de honestidade, foi uma atitude
de premência, de extrema necessidade de manutenção das instituições, porque
temos de dizer a verdade aqui, e a verdade é que, há seis meses, o Presidente
pediu a exoneração desse servidor e, no entanto, não foi atendido, pois ele não
foi exonerado. Seis meses depois, já havia todas essas denúncias, evidentemente;
então, agora, se não for exonerado, o Governo pode pedir a sua demissão na
hora. É muito interessante isso, porque foi determinada uma investigação
rigorosa; não precisa mais investigar, o fato está aí, o que precisa investigar
são as outras ligações, por exemplo, essa pergunta que não quer calar: (Mostra
jornal.) “Irmão de envolvido no escândalo Diniz explora loteria estadual
gaúcha”, vencendo uma concorrência em 2001, casualmente o ano que os bicheiros
estavam mais próximos do Sr. Diógenes, que está muito próximo do Ministério da
Cidade, que está muito próximo da Casa Civil, e que essa proximidade, quase
promiscuidade, está muito próxima de uma CPI. CPI que não pode ser aceita,
porque envolve o príncipe maior da Nação, o seu primeiro Ministro, envolve um
personagem da história brasileira que está acusado, sim, e relacionado com o
crime de Santo André, que já tem mais seis assassinatos, e todo mundo quer
botar uma tampa em cima dessa panela, que tem um fervedouro infernal, um cheiro
insuportável ao Palácio do Planalto, o chamado mar de lama. Agora, não há mais condições de se continuar o Governo
com esse tipo de acusação ao Sr. Ministro da Casa Civil; ele tem só uma
obrigação moral. E se alguém não pedir no Senado, eu peço aqui; ele só tem uma
alternativa: demitir-se, pedir demissão e afastar-se inclusive, das
investigações. “Não, já foi mandado investigar”. Não, se há alguma pessoa que
não pode se manter mais no poder, agora, é, indiscutivelmente, o Ministro-Chefe
da Casa Civil.
Pois,
até nem ia responder pelas questões colocadas aqui com tanta ingenuidade...
Ora, ora, se o PT está atrás dos movimentos sociais? Não! Jamais se colocou
atrás! Jamais se colocou na frente, também! Não, ele se coloca como o grande
faturador ou como o grande vencedor, tendo ganhos secundários permanentes em
todas as reivindicações sociais! Ora, atrás do movimento dos sem-terra...
Não...está colhendo os dividendos permanentes do Movimento dos Sem-Terra, e nós
sabemos disso.
E
o que fez, até agora, o Governo Lula em relação... Crítica feita, inclusive,
pelo próprio Partido dos Trabalhadores, que desmascarou a intenção de não fazer
nenhum avanço na área dos sem-terra! Ele fez, em um ano, a décima parte que
fez, no último ano, o Governo Fernando Henrique. Então, quem faz o discurso de
falácia... Ora, meu Deus do céu, então, é muito fácil dizer: “Há muita gente
que tem telhado de vidro”. Então, tem
de dizer quem é a pessoa que tem telhado
de vidro. “Há muita gente que está envolvida...” Então, diga quem são as
pessoas, nós estamos falando em nomes! Nós estamos falando em Diógenes, nós
estamos falando em Clube da Cidadania, nós estamos falando em Waldomiro Diniz,
nós estamos falando em José Dirceu, nós estamos falando em Olívio Dutra,
Presidente Lula, nós estamos falando, sim, nós estamos falando em todos os
nomes, estamos dando nomes aos bois.
Aí fica muito fácil fazer discurso aqui, vir para cá e dizer assim: “Muita
gente tem telhado de vidro”. Como
todos nós temos telhado de vidro,
porque, como diria Jesus Cristo, quando queriam apedrejar Madalena: “Que atire
a primeira pedra...” Mas nós, publicanos, somos aqueles que dizemos, que,
muitas vezes, reconhecemos o nosso erro. Mas, os fariseus, não! Eles vêm para
cá atirar as moedas na lata para fazer barulho, notificando que eles estão
dando esmolas! Essa é a questão! “Eu sou transparente”! “Eu sou decente”! “Eu
sou competente”! E nós sabemos quantas mentiras há nisso, e nós sabemos quanta
falácia há nisso, e nós sabemos quem é o mentiroso! Em outubro deste ano vai
haver uma resposta a isso, uma resposta a esse verdadeiro desmascaramento, a
essa verdadeira investigação que a sociedade fez e que agora começa a aparecer!
Por que essa panela infernal, fervilhante, que precisa ser abafada começa a
explodir! Ela começa a ter outras exigências! Ela quer mais gente na caldeira!
E gente que precisava, e gente que fez o discurso acusador, inquisidor,
principalmente denuncista, Ver. Zé Valdir, hoje está do outro lado, porque
mudou a questão, deixou de ser estilingue
para ser vidraça, e, como vidraça, por favor, o comportamento não
é de um vidro blindado, é de um vidro tão frágil, que se parte em mil pedaços e
que se espalha dando pequenos cortes em muita gente, muita gente, de um Partido
que antigamente se chamava o Partido da transparência.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Zé Valdir está com a palavra em
Grande Expediente por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.
O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidente, Srs. Vereadores, eu
gostei muito da fala do Ver. Sebenelo falando em denúncia, pedindo para dar nomes aos bois, e falando do
companheiro Diógenes. Gostei muito porque isso me enseja a fazer um debate bem
mais profundo nesta tribuna. Eu quero dizer o seguinte: o PT, na verdade,
sofreu mais CPIs do que organizou CPIs. Quanto a isso é só fazer uma pesquisa
muito rápida; de cabeça, eu fiz aqui. Por exemplo, nas administrações do PT,
praticamente, todo ano nós tivemos CPI. Das que eu me lembro: nós tivemos a CPI
da Farinhada, aquela contra mim na
FASC, que foi um fiasco! Tivemos a CPI do Carnaval! Nós tivemos a CPI da Casa
da Criança! Iniciamos o Governo Olívio, em Porto Alegre, com a CPI da Casa da
Criança, só porque não concluímos as Casas da Criança, que o Collares inaugurou
muitas vezes sem o alicerce! Foi aquele escândalo da Maguefa! Tiveram o peito
de fazer uma CPI contra nós, porque no primeiro ano não concluíamos as famosas
cem Casas da Criança!
No
Governo do Estado, tivemos a famosa CPI da Segurança. Agora, o PT, que eu
lembre, na Assembléia Legislativa, fez a CPI da Propina, que era um escândalo
mesmo! A do dinheiro para a GM, que queriam repassar na calada da noite!
Agora,
teríamos muito mais motivos para fazer uma CPI da Segurança, porque a Segurança
está um caos em Porto Alegre! Muito mais motivos... Não a fizemos. Isso prova
que não somos denuncistas.
Vejam
bem, falam aqui... Então, vamos pegar a famosa CPI da Segurança, do Diógenes.
Qual foi o crime do Diógenes? O que aconteceu com a CPI? E não venham dizer
que, quando uma CPI é arquivada, e, como disseram, mágica do PT! Porque os
juizes não são tão amiguinhos do PT, não! Aliás, somos o único Governo que está
comprando briga com o Judiciário, querendo fazer o controle externo!
Então,
não venham dizer que é mágica do PT! Não venham dizer... Há pouco tempo,
ganhamos na Justiça... ação através do Ver. Juarez Pinheiro. Foi mágica do PT!?
Não foi! Quando recorremos à Justiça e ganhamos, é porque algum fundamento há!
Quando fazem CPI contra nós e têm de arquivar, como a CPI da Farinhada, não venham dizer que é mágica
do PT! É porque, realmente, não tem nada de irregular!
Agora,
vejam bem, qual foi o crime do Diógenes? A CPI não foi aceita pelo Judiciário!
O Diógenes tem 8 processos contra a RBS, e a RBS tem mais uns 7 contra ele!
Vou
dar outro exemplo: tivemos de tirar o Vice, que era o Bisol, nas eleições, não
me lembro de que ano, do Lula...por uma denúncia infundada. Depois o Bisol
processou a Zero Hora, que teve de pagar uma babilônia de dinheiro. Isso não
foi publicado.
Mas,
agora, tem uma coisa muito grave: todos vocês receberam esta revista aqui, a
Revista Porém, (Mostra a Revista.) mas há um silêncio sepulcral nesta Casa!
Parece que estamos nos tempos medievais e esta Revista está no index liberorum prohibitorum, o índice
dos livros proibidos! E aqui há uma coisa muito interessante! Veja Ver. do
PSDB! O seu Governo Fernando Henrique está denunciado pela Revista que é
assinada - não é coisa do PT, não - por um ex-jornalista da Zero Hora, Editor
Carlos Alberto Kolecza! O senhor conhece bem!
(Aparte
anti-regimental.)
É
do meu Partido uma ova! Não é do meu Partido! Mas, mesmo que fosse, Vereador,
até agora não foi contestado! Isso aqui é muito sério! Sabe por quê? Porque o
Pedro Parente que foi no seu Governo, o “José Dirceu” do seu Governo, lá no
apagar das luzes do Governo Fernando Henrique, que fez 96 concessões de rádio e
televisão, 21% foram para a RBS (26 concessões de rádio e televisão para a RBS
espalhados pelo Rio Grande), encerrado o Governo FHC, não obedeceu à quarentena
e se tornou Vice-Presidente do Grupo RBS! Vamos dar nomes aos bois!
Por
isso, eu vou ler um trecho da Revista Porém: “Dia 1º de outubro de 2003. O
Senador Antero Paes de Barros, Presidente da CPI do Banestado, que investiga a
invasão de divisa do Brasil, via conta CC5, oficia ao Procurador-Regional da
República no Rio Grande do Sul para que seja enviada para Brasília: “Cópia dos
procedimentos e ações visando apurar indícios de crime de sonegação fiscal e
evasão de divisas, praticadas pelas empresas do Grupo RBS”! Vejam, se eu quisesse
fazer estardalhaço, como alguns senhores fazem aqui, eu pré-julgaria! Eu
pré-julgaria! Eu diria que isso aqui é trafego de influência, eu já iria
condenar a RBS por antecipação, como ela fez com o Diógenes!
Senhores,
qual o crime do Diógenes? Não foi condenado nem criminalmente, nem
politicamente! Agora, só para comparar - eu já tinha feito essa comparação
aqui: Ibsen Pinheiro é considerado um grande homem! Vai ser candidato de novo!
Vi uma entrevista dele onde se diz injustiçado; foi cassado pelo Congresso
Nacional! Ah! Se fosse o PT! Pois o Diógenes não foi cassado, não foi condenado
e os senhores estão condenando por antecipação! Antecipação de nada, porque a
CPI já encerrou, já mandou para o judiciário e o judiciário não acatou o
resultado da CPI! Vamos parar de acusar as pessoas injustamente, de pré-julgar
as pessoas, fazer discriminação, usando dois pesos e duas medidas. Ibsen
Pinheiro, por exemplo, que foi cassado no Congresso Nacional - eu até acho que
foi injustiçado -, é um grande homem. O Diógenes que não foi cassado, que não
foi condenado, que não tem nenhum crime, pelo contrário, está processando os
seus algozes, vocês já estão condenando por antecipação, Vereador. Vamos parar
com isso e vamos ser sério nesta Casa.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu queria informar o Ver. Zé Valdir de
que o Ibsen Pinheiro, Secretário de Comunicações do Governo Rigotto, foi
absolvido por unanimidade em todas as instâncias jurídicas, até no Supremo
Tribunal Federal.
O SR. ZÉ VALDIR: Eu não disse que ele foi condenado, eu
disse que ele foi cassado. Não é mentira minha. Ele foi cassado, Vereador, ou
não foi?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente e Srs. Vereadores, era
previsível que na reabertura do ano Legislativo, nesta Casa, esses assuntos,
que tomam conta do noticiário nacional, viessem a predominar.
Eu
quero, com toda a tranqüilidade, dizer aos meus colegas que sou absolutamente
solidário com o Líder do meu Partido no Congresso Nacional, José Carlos
Aleluia, Ver. Pedro Américo Leal, quando ele declara que pretende que o PFL se
afirme na Oposição muito mais pela diferenciação doutrinária que tem com o PT
do que por episódios sensacionalistas que são trazidos à colação nesta Nação.
Eu
não tenho memória tão pequena que não esqueça que, há dois anos, por meio de
uma reportagem da Revista Época, se detonou uma candidatura a Presidência da
República da ex-Governadora do Estado do Maranhão, Roseana Sarney, que, Ver. Zé
Valdir, foi absolvida em todas as instâncias, se V. Exª cobra esses julgamentos
que a nossa Justiça distribui. E não se diga que ali haveria algum favoritismo
por parte de simpatias à Governadora Roseana, porque nós sabemos muito bem o
esforço que o Ministério Público Federal fez, por intermédio de alguns
segmentos, para vê-la envolvida naquela grande armação que se reuniu, porque se
queixava, na ocasião, Ver. Beto Moesch, que alguém, que se preparava para
concorrer à Presidência da República, tivesse no escritório do seu marido a
importância de aproximadamente um milhão de reais, quantia essa absolutamente
insignificante, Ver. Isaac Ainhorn, numa candidatura à Presidência da
República, porque todos os outros candidatos que depois surgiram gastaram
trinta, quarenta, cem vezes mais do que isso.
Pois hoje, esse
noticiário, essa polêmica que se estabelece não pode ser a pauta absoluta dos
assuntos desta Nação. Afinal de contas, Verª Maristela Maffei, V. Exª tem
razão: essa história que todos dizem que foi
morder o bicheiro... Ora, não tem o direito de morder quem quer que seja, não é por que seja bicheiro ou não. Não
tem direito de negociar licitação nem com bicheiro, nem com ex-bicheiro, nem
com quem quer que seja. O escandaloso nesse processo é aquilo que está
subsumido nessa situação.
Eu
não quero entrar no rol daqueles que tomam partido na discussão de quem é o
responsável maior por esse fato, mas eu não posso desconhecer, Ver. Zé Valdir,
que esse cidadão, que a Liderança do seu Partido diz que não é inscrito no
Partido dos Trabalhadores, tem grandes vínculos com esse Partido. Foi assessor
parlamentar e era um homem, até semana passada, da maior confiança do Ministro
José Dirceu, ao ponto de ter com ele morado por dois meses. Ora, ninguém, por
exemplo, mora na minha casa, nem por dois dias, se não for da minha mais
integral confiança.
Mas
eu penso que isso não é o grande problema brasileiro, ainda que seja um
problema, ainda que, realmente, mereça a atenção da classe política. Eu vejo
coisas muito mais graves neste País. Eu penso que é muito mais criminosa a
situação anunciada pelo jornalista Cláudio Humberto, quando informa que o novo
Ministério, recém criado, o Ministério da Fome, troca vales do Fome Zero por
passagens aéreas numa agência de viagens na cidade de Brasília. Eu acho que
isso é muito mais grave, mas não deixa de ser uma situação que merece atenção
da classe política brasileira, porque, afinal de contas, o Ministro Maurício
Corrêa foi muito feliz na sua frase: “Até os santos pecam”. Os santificados de
hoje demonstram que não são tão santos assim. E eu que sou do PFL, que não tem
nada a ver com este Governo, o único Partido que, de uma forma muito clara,
desde cedo, já depois do primeiro turno, quando se deslumbrava a eleição do
Luiz Inácio Lula da Silva, já dizia claramente: ”As urnas nos jogaram na
Oposição e esse papel nós vamos exercê-lo”. A nossa contribuição à
governabilidade é fazer uma oposição séria, responsável a este País. É por isso
que eu digo que, para nós do PFL, esse grave episódio trazido à tona pela
Revista Época não é o episódio maior. Eu acho que é muito mais grave essa
criminosa política desenvolvida pelo Governo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva,
que jogou este País numa recessão sem precedentes, num desemprego jamais visto
neste País, isso é muito mais danoso, muito mais deplorável do que esse
deplorável fato que a Revista Época trouxe à colação e que toma conta do
noticiário de toda a imprensa brasileira.
Por
isso, eu quero, Vereadora, concluindo, afirmar o seguinte: vou, doravante,
ocupar esta tribuna, até para demonstrar que, aparentemente, por aquelas boas
intenções de levar à Nação brasileira, encantada, consagrar o Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, existe um desgoverno neste País, um desgoverno que até se
contamina por situações menores como essa que, lamentavelmente, o PT está a
comemorar no dia do seu aniversário, o surgimento dessa gravíssima denúncia
contra um dos mais importantes assessores do Governo Federal, do maior Ministro
do Governo, do Ministro Chefe, que é ainda o Ministro José Dirceu.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrado o período de Grande Expediente.
Passamos
ao período de
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Explicação Pessoal.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. João Dib, V. Exª está desacostumado com este
período, porque há muito tempo ele aqui não se realiza. Obviamente, neste
período regimental, eu tenho de dar uma explicação pessoal. Então, continuo a
dar a explicação que eu estava dando até agora aqui da tribuna, dizendo que,
enquanto Ver. desta Cidade, ao lado, Ver. Isaac Ainhorn, de ficar altamente
preocupado com esses problemas nacionais que progressivamente vão desfazendo a
esperança de que esta Nação foi tomada, pela sua grande maioria, com as
mudanças que o Governo Lula iria trazer em benefício da população brasileira,
da mesma forma com que a gente fica extasiado em ver a submissão ao Fundo
Monetário Internacional, aos grandes índices de desemprego, a essa situação de
absoluto descontrole da máquina pública, com a má-gestão, inclusive, dos
recursos públicos em que só se festeja hoje, num grande exercício de
capitalismo, os lucros do Banco do Brasil, os lucros da Petrobras, os lucros de
todas as empresas brasileiras quando o povo está carente de alimentos. Neste
País, eu sou Ver. numa cidade que se chama Porto Alegre, Ver. Pirulito, que me
honra com sua atenção nesta hora, e eu não posso, preocupado que estou com
esses grandes problemas brasileiros, desconsiderar as situações que estão
ocorrendo em nossa Cidade. Eu estou não mais preocupado, estou ocupado em
querer esclarecimento do Município sobre situações as mais diversas.
Há
mais de um ano, Ver. Cláudio Sebenelo, nós votamos aqui nesta Casa um regime
especial para estimular a aquisição de lotes na área industrial da Restinga
para que o programa dos 10 mil empregos prometidos pelo PT pudesse ser
realizado. Lamentavelmente, não adiantou me esforçar para aprovar esse projeto,
fazer emenda, porque até hoje não surgiu edital para a venda desses espaços.
Então eu fico preocupado com os problemas nacionais, mas ocupado com os
problemas de Porto Alegre, altamente ocupado em desfazer esse mistério que
ocorre na construção da 3ª Perimetral, a grande obra do PT, que já tinha que
ter sido concluída há três anos e até agora teve foi concluída nem 60%, que
continua apresentando aquele viaduto especial da Nilo Peçanha, que parece obra
de igreja, interminável, e que ninguém consegue entender porque nunca é
concluída.
Eu
estou preocupado com esses problemas brasileiros, sim, mas estou ocupado com os
problemas de Porto Alegre, com as obras da Av. Wenceslau Escobar que não andam,
o Projeto Entrada da Cidade - tão divulgado dias atrás -, atrasadíssimo, que só
andou, até agora, com o dinheiro do Habitar Brasil e que foi objeto de um
esforço nosso – o Ver. Pedro Américo Leal não está presente aqui no momento -,
mas aprovamos o contrato com o Fonplata há mais de dois anos e nenhuma casa foi
construída ainda com aqueles recursos. Agora, se anuncia, no ano eleitoral, que
várias casas serão construídas. Então eu me ocupo dessa situação e, por isso,
dou esta explicação pessoal para os meus colegas, dizendo-lhes que eu estou
absolutamente pasmo com essas situações nacionais, mas estou muito ocupado com
as mazelas da nossa Cidade, porque, afinal de contas, Ver. João Antonio Dib,
quem me elegeu Ver. me deu uma missão primeira: fiscalizar as ações na área da
minha competência. E quando V. Exª vem e me fala do episódio do ex-Prefeito
Raul Pont, eu acho isso muito mais grave do que esse malfadado episódio de
Brasília, que, para mim, já é triste, mas que não é tão triste quanto àquele
que está próximo de mim, que são as coisas que acontecem no meu Município que,
malgrado a opinião de outros, das quais eu, respeitosamente, divirjo, eu acho
que esta Cidade vai muito mal. Em minha explicação pessoal eu posso dizer, Ver.
João Pirulito, com toda a tranqüilidade: vai muito mal mesmo e eu espero que ela
comece a melhorar, por meio de um esforço coletivo de toda a Oposição desta
Casa, que tem de, inclusive, superar algumas arestas entre si por um objetivo
maior: o interesse da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra no período de Explicação Pessoal. Ausente. O Ver. João Antonio Dib está
com a palavra em Explicação Pessoal.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores, quero dizer a V. Exª, Verª Margarete Moraes, que é com muita
satisfação que eu estou inscrito em Explicação Pessoal. Neste Plenário,
Plenário Otávio Rocha, é a primeira vez que eu utilizo o tempo de Explicação
Pessoal. No ano passado, quando eu presidia a Casa, quando nós chegamos ao
momento de Explicação Pessoal, houve Ver. que perguntou o que era isso. Hoje,
V. Exª, na primeira Sessão que preside, consegue chegar ao momento de
Explicação Pessoal. Mas também é necessário explicar ao Ver. Carlos Pestana que
nem todas as Comissões de Inquérito aqui instaladas deixaram de funcionar
convenientemente. Eu me lembro que quando propus a Comissão de Inquérito da
Fundatec, a Prefeitura contratou doutos homens de indiscutíveis conhecimentos e
a eles eu perguntava o que era um pavimento flexível; nenhum deles me
respondeu, nenhum dos meus colegas Engenheiros da Fundatec me respondeu o que é
um pavimento flexível. Eram homens de notório saber e notória especialização.
Foi ao Ministério Público, não mandaram devolver que eu entendi que foi pago a
mais, porque um documento que eu teria chegou um pouco depois do encerramento e
eu não pude incluí-lo. São Paulo fez a mesma análise de viadutos que Porto
Alegre, só que viadutos de 1.500 metros, 2.000 mil metros e pagou 43 mil
dólares; Porto Alegre pagou 300 mil para fazer vistoria de pontes, pontilhões
de 32 metros sobre o Arroio Dilúvio ou 3 mil dólares para a passarela no
Moinhos de Vento. Mas, de qualquer forma, o Ministério Público proibiu que se
fizesse sem licitação, proibiu que os terceiros escalões assinassem os
contratos como foram assinados naquela oportunidade. Então, não se pode dizer
que as Comissões de Inquérito não deram em nada sempre.
Eu
também fiz uma Comissão de Inquérito para verificar as razões da Prefeitura
que, no dia 28 de novembro de 1991, editou uma lei que nunca foi aprovada nesta
Casa. Realmente, eu diria ao Ver. Carlos Pestana que dessa vez eu não tive
sorte, porque, apesar de ter todos os documentos na mão, não consegui reunir o
número necessário de Vereadores para que me respondessem apenas uma coisa:
chegou a Redação Final aprovada? - foi publicada antes de qualquer coisa. No
dia 28 de dezembro, foi publicada uma lei, e, no dia 31 de dezembro, a
Prefeitura recebeu uma comunicação do então Presidente Antonio Hohlfeldt de que
a lei não havia sido aprovada na sua Redação Final. Essa, realmente, foi uma
falha da Câmara, e, por isso, o povo pagou, por muito tempo, um IPTU
desnecessário.
Quanto
às cartas-contrato, todos os Prefeitos foram avisados. E, agora, o Prefeito
João Verle deverá informar, pois já mandei fazer um Pedido de Informações, se
ele andou contratando arquitetos por carta-contrato, tendo arquitetos
concursados. Então, o problema é só de ter atenção; é chegar nesta tribuna com
dados precisos, concisos, e, depois, eles nos respondem. Porque todas às vezes
eu disse que nenhuma das leis em que os Prefeitos pretendiam se amparar lhes
davam amparo. E o Tribunal de Contas alertou várias vezes: "Não façam
isso!" Agora, que ele foi condenado a oito meses e dez dias de cadeia, o
Sr. Raul Jorge Anglada Pont, ele foi; que ele recorreu, recorreu – é o direito
dele. Não sei se vai levar, mas recorreu. E ele era obrigado a recorrer. É
humano que ele recorra. Se ele não recorresse, eu pediria para ele que
recorresse, porque é humano. Agora, ele foi condenado a oito meses e dez dias
de cadeia por crime continuado. Cinco meses - mais dois terços da pena - porque
foram 985 cartas-contrato ilegalmente assinadas. Portanto, não é de se dizer
que nenhuma CPI deu certo. Algumas deram. Não chegamos onde queríamos chegar
muitas vezes, mas impedimos que acontecessem nas outras vezes. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
em Explicação Pessoal.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu retorno a esta tribuna com muito gosto e com muita alegria para
continuar discutindo aquilo o que a Bancada continuísta, seguidora do Governo
Fernando Henrique não quer fazer. Qual seja: discutir, evidentemente, os
últimos acontecimentos da República.
Eu
não gosto de falar, quando o colega que me antecedeu na tribuna não está no
plenário - o Líder do Governo -, mas eu me sinto no dever, porque ouvi
atentamente o que ele colocou desta tribuna, mas aqui há Vereadores da base do
Governo que, fielmente, vão transmitir a posição a ele.
Eu
acho, com todo o respeito, com toda a sinceridade que, se alguém está vivendo
um momento de esquizofrenia, não é o PMDB. Nós, aqui no Rio Grande do Sul, nós,
que militamos na política, Ver. Isaac Ainhorn, sabemos que o MDB do Rio Grande
do Sul sempre teve uma posição muito diferente do PMDB nacional em vários
episódios. Eu poderia recordar nesta tribuna que quando o Sarney era Presidente
da República e César Schirmer era Líder da Bancada e Presidente do PMDB, nós
fizemos uma votação na Assembléia de persona
non grata contra a figura do Presidente por entendermos que Sarney não
representava e não representa aquilo o que é o estuário do MDB. Portanto, nós,
do MDB do Rio Grande do Sul, nunca faltamos para com o Brasil. Vereador, nunca
faltamos; o que é bom para o Brasil, sempre vai ser bom para o PMDB do Rio
Grande do Sul. Portanto, nós não somos contra o Governo do Lula; nós somos
contra essa operação toma-lá-dá-cá, estabelecida no balcão da República. Disso
nós nos distanciamos e contra isso nós nos insurgimos. Governo é Governo, e
Partido é Partido. Não venha o Ver. Carlos Pestana dizer que o Governador tem
uma posição... O Governador é Governador de todos os gaúchos, relaciona-se com
a República nos interesses do Rio Grande do Sul. Partido é Partido, e Governo é
Governo.
Hoje
eu pensava, quando vinha para cá, que iria ver a Bancada Governista, em peso,
dizendo: “Nós queremos uma CPI, porque o nosso Governo não tem podridão!” Mas
estão fazendo igualzinho ao Fernando Henrique, que comprou a reeleição, botou
debaixo do tapete todas as CPIs que o Congresso quis instalar. E, agora, a nova
classe que chega ao poder utiliza-se dos mesmos instrumentos, negociando
emendas ao Orçamento, cargos, CC’s para não sair a CPI. Quem não deve não teme!
(Aparte
anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)
Ver.
Isaac, não vou fazer denuncismo. Estou defendendo aquilo que há de mais sagrado
na democracia que é o contraditório. Nós queremos, Ver. Ervino, a investigação.
Há um ano já haviam dito que esse rapaz, o Waldomiro, tinha problemas e o
superministro José Dirceu o manteve com poderes no Planalto, portanto, já sabia
e já havia indícios de que esse rapaz tinha problemas. Se é um ato pessoal do
Sr. Waldomiro, ninguém está livre no exercício da vida pública - ninguém está
livre! Portanto, não sou eu que vou fazer irresponsabilidade, porque amanhã
posso ter ao meu lado alguém que cometa algum deslize. Então, o que estou dizendo,
Ver. Zé Valdir, não é que o Governo tem culpa. Estou defendendo que haja a
Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar e que no resultado dela, em
havendo responsabilidades, seja dado o curso natural que é o Órgão Ministerial,
o Órgão Público. Portanto, o que nós achamos contraditório é que a Bancada do
Partido dos Trabalhadores sempre foi feroz na defesa da CPI por questões até
que não chegassem a um caso como esse e, agora, não quer CPI. Essa é uma grande
contradição e acho que o Partido está equivocado, porque, ao encobrir a CPI vai
ficar dúvida de quem tem culpa na história. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Darci Campani está com a palavra
em Explicação Pessoal.
O SR. DARCI CAMPANI: Srª Presidenta, demais Vereadores ainda
presentes neste Plenário, eu me inscrevi em Explicação Pessoal tendo em vista
ser professor da Universidade. Já fiz uma intervenção na semana passada, no
nosso espaço dentro da Comissão Representativa sobre a reforma universitária,
pois acho que é um assunto da maior importância no sentido de, realmente,
trazer para o Brasil uma alteração significativa para a sociedade, tirando o
Brasil do atraso tecnológico a que foi levado por tantos Governos, que
arrasaram com a ciência e a tecnologia no Brasil e também com as universidades
públicas.
Quando
eu entrei na Universidade, em 75, 70% das vagas existentes no Brasil eram em
universidades públicas. Hoje é o contrário, são só 30%, o resto foi para o
ensino privado, porque não houve o investimento no ensino público. Como já
disse aqui: das 33 vagas que o meu departamento tinha, na época, hoje restam
apenas vinte e poucas vagas, que estão sendo preenchidas por funcionários
públicos de carreira, professores universitários com doutorado. Isso é visível
num debate que se montou recentemente, inclusive, com a participação da OAB,
sobre cursos que se criaram durante esses anos todos. Parece que aqueles
Partidos que estavam nesses Governos não administraram o Brasil e o levaram ao
caos na educação, principalmente a educação universitária, que é de
responsabilidade do Governo Federal, além da política geral em todos os níveis
de ensino. Mas a responsabilidade, realmente, é daquelas Universidades Federais
que foram levadas ao seu arraso com os Governos que se sucederam, inclusive com
a política completamente diferente em relação aos próprios Governos da época
militar, que, por mais que tenham arrasado pedagogicamente, tinham uma política
estatizante, uma política nacional de fortalecimento do Estado. Esses Governos
que vieram depois, como o Collor, o Fernando Henrique, arrasaram com todo o
Estado que foi construído com o dinheiro público e que foi privatizado durante
esse período.
Acho
que a reforma universitária tem de trazer para o centro da questão os cursos
dos futuros profissionais que serão formados, pois a reforma de 68, a última
feita, aniquilou completamente com a educação com uma concepção didática de
como se consegue despolitizar toda uma categoria, como é que se consegue acabar
com um movimento estudantil, então pegaram-se os cursos e os pulverizaram em
departamentos, conseguindo, com isso, acabar com toda a discussão existente,
todo o movimento estudantil.
Outra
coisa que a gente tem que abordar nessa reforma da universidade é a questão da
estrutura em si. Eu sei que alguns cursos passaram por cima da estrutura formal
e criaram estruturas diferenciadas, não-estanques, não-esterelizadas, em que um
professor fala de uma coisa e, no período seguinte, outro professor fala de
outro conteúdo completamente diferente, fazendo com que a caixinha do aluno comece a se enquadrar e absorver vários
conteúdos, sem que haja a união desses conteúdos. Alguns cursos já conseguiram
superar isso, mas isso é uma coisa que tem de ocorrer nessa reforma da
universidade.
Os
conteúdos são determinados, são x
horas por semana, com x horas de
teoria e x de prática. Essa é a
estrutura hoje existente. Ao se criar um currículo, deve-se declarar à Comissão
de Graduação a quantidade de horas práticas e teóricas. Se houver alguma
mudança nessa determinação, um pouquinho mais de aula teórica ou de prática,
tem de ser feito um acerto na disciplina, pois não será o que está no papel.
Então, se é para fazer essa coisa de faz-de-conta, temos de selecionar os
conteúdos na melhor forma possível e não simplesmente colocando numerozinhos, indicezinhos para resolver, enrijecendo o currículo das nossas
universidades.
Eu
não poderia deixar de falar, agora, nesses segundos que me restam, no tema que
foi hoje o maior debate aqui nesta Casa, e está sendo na imprensa, sobre a
questão de uma pessoa, em Brasília, que recebeu uma acusação. Inclusive era
funcionário no Rio de janeiro. Hoje a verificação toda vai ocorrer no Estado do
Rio de Janeiro, pela Polícia Federal do Rio de Janeiro. O Governo do Estado do
Rio de Janeiro, hoje do PMDB, pode fazer uma CPI também sobre esse período,
sobre essa mesma pessoa, mas o PT tem-se caracterizado por ser contra às CPIs,
que não levam à nada. Isso, sim, concordando com o Ver. João Dib, algumas CPIs
já levaram a verificações importantes, já derrubamos um Presidente neste Brasil
- não com CPI, mas com toda uma investigação feita. Então algumas CPIs levaram
a alguma coisa, mas na média elas têm levado à nada, têm acabado naquilo que se
chama de pizza. Há os órgãos que
devem fazer essa verificação, que são a Polícia Federal, todos os canais da
Justiça e vão verificar rigorosamente as denúncias que estão ocorrendo. Se o
PMDB quiser fazer parafernália, fazer um auê
em torno da questão, que faça uma CPI na Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul, onde ele é governo, e onde ocorreram todas as denúncias. Mas
não vamos transformar o caso de CPI ou não-CPI para dizer que não haverá
verificação. As CPIs não têm sido o melhor canal de verificação para esse tipo
de denúncia que foi feita. E, realmente, dizer que não vai fazer denuncismo,
mas vem aqui e fala cinco minutos sobre a denúncia, é fazer o denuncismo. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Zé Valdir está com a palavra em
Explicação Pessoal, e está de aniversário hoje. Recebe os cumprimentos da Mesa,
dos Vereadores e Vereadoras desta Casa. (Palmas.)
O SR. ZÉ VALDIR: Muito obrigado, Srª Presidente e Srs.
Vereadores, volto à tribuna em Explicação Pessoal para fazer alguns acréscimos
e, especialmente, para responder ao Ver. Cassiá Carpes.
A
primeira questão que quero deixar clara para a Taquigrafia, é que a revista a
que me referi anteriormente é a revista Porém,
que foi editada no ano passado e até agora não respondida pela RBS, e a parte
que eu li está na página 1 desta revista. Revista Porém, que todos os Vereadores receberam, como eu, em seus
gabinetes.
Quanto
a questão de instalação de CPI, nós não temos compromisso de a priori ser contra ou ser a favor de
instalação de CPI. Agora, não venham cobrar coerência de que diante de qualquer
denúncia nós temos de assinar uma CPI! Ora, a CPI é o instrumento máximo do
Legislativo. Pode uma denúncia ensejar uma CPI e nós, várias vezes assinamos,
inclusive aqui nesta Casa, CPIs para nos investigar. Isso não quer dizer que,
necessariamente, tenhamos que constituir uma CPI a qualquer denúncia, até
porque pode ser um ato de irresponsabilidade. Então, a questão da CPI no
Congresso Nacional, o nosso Partido está analisando e nós vamos ver, se houver
fato circunstanciado, substantivo, que extrapole a pessoa acusada,
evidentemente poder-se-á instalar uma CPI, caso contrário, não.
O
Ver. Cassiá Carpes fez uma afirmação, aqui, de que em Porto Alegre todas as
ocupações aconteceram nos governos da Frente Popular. Eu pedi um aparte e
tentei citar para ele as grandes ocupações; citei três e esqueci da quarta. As
grandes ocupações não ocorreram em nenhum governo da Frente Popular. Como eu
esqueci, o Ver. me deu um aparte, mas não permitiu que eu aparteasse, porque a
todo o momento falava no meio e depois me acusou de ter gaguejado. Então, eu
volto aqui para falar alto e bom tom: Parque dos Maias, Leopoldina, Rubem
Berta, Fernando Ferrari são grandes conjuntos habitacionais; as ocupações
ocorreram em 1987. Aliás, o Governo Municipal foi parceiro na solução de boa
parte dessas ocupações, como também resolveu várias ocupações que aconteceram
na Cidade, como por exemplo: o caso da Vila Tripa. Alguém não lembra da Vila
Tripa? Ocupações na Zona Norte, históricas, nós resolvemos através das AEIs
propostas pela Administração Popular. O Rubem Berta, que, no Governo do Olívio,
começamos a agilizar os títulos de propriedade e a regularização, e que agora,
no Governo do Rigotto, voltou a passos de tartaruga.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Darci Campani.)
A
Cai-Cai, o Ver. Darci Campani me lembra.
Quer
dizer, nós temos uma tradição de resolver os problemas de ocupações históricas
na cidade de Porto Alegre. Só um Ver. – desculpem-me – um Ver. que vem de São
Borja, que ainda não se inteirou desta Cidade, não conhece a Cidade, para dizer
um disparate desse. E aí vem o Ver. Sebastião Melo, a quem eu e o Ver. Pestana
já fizemos várias vezes um desafio: “Mas nos mostre uma única casa que o
Governo Rigotto construiu em Porto Alegre!” Nenhuma, e já fechou um ano!
E
vêm me falar da Entrada da Cidade. A Entrada da Cidade está indo, Ver. Pujol!
Vossa Excelência tem de ir lá visitar; seguidamente nós estamos inaugurando
casas, habitações. Estamos resolvendo, estamos avançando na solução daquele
problema, que é histórico e que é, inclusive, anterior a nós. E veja, Ver.
Pujol, não fazendo como os Governos de épocas passadas, de que V. Exª
participou, que tiravam o pessoal a pau e mandavam lá para a periferia da
Cidade. Nós estamos urbanizando ali, no local, com negociação, não com
violência. Estamos fazendo um trabalho altamente qualificado, democrático,
participativo; estamos resolvendo problemas históricos na área da habitação.
Porque, convenhamos, inclusive as ocupações começaram a aumentar em Porto
Alegre depois que a política federal dos oito anos da era dos Fernandos acabou
com os planos de habitação, e que aqui no Estado o Governo anterior ao do
Olívio, o Governo Britto, fechou a Cohab! Já não havia política habitacional
para os setores populares, ficou pior ainda. Por isso é que aumentaram as
invasões nos últimos anos, pela ausência total do Governo Federal e do Governo
do Estado. Aqui, o Governo do Olívio começou a recuperar, trabalho que agora
parece que voltou à estaca zero, e no Município nós estamos fazendo o que
podemos e fazendo um belo trabalho na área da Habitação, claro que não
resolvendo todos os problemas, porque são de difícil solução, problemas
históricos. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Faço este Requerimento, porque eu não
podia produzir aparte ao Ver. Zé Valdir, quando na tribuna, já que ele estava
no tempo de Explicação Pessoal. Quero requerer a V. Exª que nos passasse o
inteiro teor desse pronunciamento, porque há uma grave acusação de que, nos
Governos de que participei, retiravam o povo a pau para relocá-los em outros
locais de habitação. Como o Ver. Zé Valdir foi uma pessoa inclusive que foi
morar num loteamento do DEMHAB durante o período em que o dirigimos, nós
gostaríamos de saber, inclusive, se ele foi a pau ou foi por livre e espontânea
vontade morar no lugar onde mora?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Reginaldo Pujol, faça por
escrito esse Requerimento, e a Mesa vai encaminhá-lo.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h48min.)
* * * * *